De acordo com os documentos compartilhados pelo Financial Times, Changpeng Zhao (CZ), CEO da Binance, manteve contato secreto com a China desde 2017. Contudo, é preciso destacar que a principal exchange de criptomoedas declarou que cortou relações com o país asiático logo após a repressão do governo à indústria blockchain no ano citado.
As investigações do jornal revelaram que as atividades da empresa na China incluíam o uso de um escritório, além de um banco chinês usado para pagar funcionários. Os documentos também sugerem que a Binance instruiu seu pessoal chinês a participar de sessões fiscais em um escritório localizado no país em 2019.
Binance e China
Em meados de 2018, um dos colaboradores da Binance teria recebido sugestões para formar uma equipe de recrutamento em Xangai. Algumas semanas depois, um funcionário sênior teria emitido um aviso para a equipe, alertando-os para não usarem roupas ou acessórios com logotipos da exchange cripto nos escritórios ou nas proximidades, pois isso era estritamente proibido.
Segundo as fontes do Financial Times, a empresa de CZ teria tomado medidas extensivas para ocultar quaisquer vestígios de suas origens chinesas, incluindo o uso de redes privadas virtuais (VPNs). No entanto, a Binance disse que essas informações são antigas e que foram usadas para deturpar a verdade.
Sem dúvida, esses documentos, sendo verdadeiros ou não, contribuem para mais pressão em cima da Binance. Afinal, autoridades americanas acreditam que a plataforma de negociação cripto tem ligações com o governo chinês.
O senador americano Bill Hagerty, por exemplo, expressou suas profundas preocupações sobre os supostos laços da Binance com o Partido Comunista Chinês durante uma audiência do Comitê Bancário do Senado.
A Binance foi fundada em 2017 e em seus primeiros dias ela era associada à China. Com a repressão em cima das criptomoedas em solo chinês, a empresa rapidamente decidiu se afastar desse rótulo e em setembro desse mesmo ano, a exchange cripto teria fechado seu escritório no país asiático.
