Em uma audiência com o Comitê Bancário do Senado dos Estados Unidos, Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, defendeu o banimento das criptomoedas. Durante a sessão, que reuniu líderes do alto escalão do mundo financeiro, ele foi enfático em sua crítica aos ativos digitais.
“Se eu fosse o governo, eu as baniria”, declarou.
(Se isso fosse possível, os governos já teriam feito).
Suas palavras foram dirigidas ao comitê, que incluía a senadora Elizabeth Warren. Dimon argumentou que a natureza semi-anônima das criptos, sua capacidade de transferência instantânea de dinheiro e a habilidade de contornar sistemas regulatórios tradicionais as tornam um paraíso para atividades ilícitas.
De acordo com o banqueiro, a utilidade predominante das criptomoedas está em permitir atividades criminosas, como tráfico de drogas e sonegação de impostos, devido a essas características. Sua sugestão ao governo foi inequívoca: fechar o setor de criptomoedas para evitar esses riscos.
(Não se engane, as criptomoedas, no geral, não são boas para atividades ilícitas, pois possuem uma rede pública, onde todas as transações são auditadas. Inclusive, graças a essa rede, que governos, Tether e Ethereum conseguem impedir que algumas transações ocorram).
O CEO do JPMorgan tem um histórico de comentários céticos em relação ao Bitcoin e sua tecnologia subjacente, muitas vezes apontando para seu potencial de fraude e a falta de valor intrínseco.
Suas críticas variaram de rotular a criptomoeda primária como “uma fraude exagerada” a questionar sua legitimidade como um ativo de investimento. Em 2017, ele chegou a afirmar que demitiria qualquer trader “em um segundo” por tocar na maior criptomoeda.
No entanto, esse ceticismo consistente do chefe de um dos maiores bancos do mundo não impediu o JPMorgan de se envolver com criptomoedas e blockchain. Em 2021, por exemplo, ele mesmo declarou que não era seu trabalho dizer a seus clientes o que fazer.
(O clássico crítico que ganha dinheiro com o que condena).
Imagem destaque: Suno