A Coreia do Sul está dando mais um passo em direção à regulamentação do mercado de criptomoedas, e dessa vez, mira uma prática popular entre os investidores do país: comprar ativos digitais usando o cartão de crédito.
A Comissão de Serviços Financeiros (FSC) propôs uma emenda à lei de financiamento de crédito que, se aprovada, restringiria fortemente o uso de cartões para aquisições de cripto. A medida tem como alvo principal as transações realizadas em exchanges estrangeiras, mas vai afetar todo o mercado doméstico também.
Os motivos por trás da proposta? Preocupações com fuga de capital para o exterior, lavagem de dinheiro e o incentivo a comportamentos especulativos. A FSC argumenta que a regulamentação dos pagamentos com cartão de crédito é importante para mitigar esses riscos.
“Há preocupações crescentes sobre o potencial uso indevido de cartões de crédito para financiar investimentos em criptomoedas em plataformas internacionais“, ressalta o aviso regulatório.
Ao limitar essas transações, a Coreia do Sul busca, segundo a FSC, fortalecer a supervisão do mercado e garantir que o trading de criptos ocorra dentro dos padrões regulatórios estabelecidos.
A proposta agora entra em fase de consulta pública, que se estende até 13 de fevereiro. Investidores, exchanges e o público em geral terão a oportunidade de manifestar suas opiniões sobre a potencial mudança legislativa.
Após o período de feedback, a FSC revisará a proposta e levará a um voto, com o objetivo de implementar a medida ainda no primeiro semestre de 2024.
O que muda para os investidores?
Para os coreanos acostumados a comprar criptomoedas com o cartão de crédito, a mudança representará uma novidade e tanto. A facilidade e rapidez desse método de pagamento certamente será afetada.
Por outro lado, a medida reforça o compromisso da Coreia do Sul em criar um ambiente de criptomoedas mais seguro e regulamentado. Vale lembrar que o país já implementou a obrigatoriedade de identificação (KYC) para traders em exchanges locais e impôs limites de investimento para investidores menores de idade.
Com a nova proposta, a Coreia do Sul se junta a outros países que buscam encontrar o equilíbrio entre o potencial das criptomoedas e a necessidade de proteger os investidores e o sistema financeiro. Resta saber como os traders e o mercado reagirão a essa nova etapa da regulamentação coreana.