Enquanto observamos o mercado de criptomoedas morno, o Chicago Mercantile Exchange (CME) Group está de olho nas perspectivas para o bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) em 2024, principalmente porque no próximo ano vai acontecer o esperado halving do BTC.
Esse evento reduz a recompensa dos mineradores de Bitcoin pela metade. A expectativa é que o halving tenha um efeito positivo no preço do BTC, como aconteceu nos anos anteriores. Agora, com a possível aprovação de um ETF à vista de Bitcoin, essa possibilidade se mostra ainda maior.
Mas e o Ethereum? Será que ele vai conseguir surfar na onda da criptomoeda número um? Erik Norland, economista sênior do CME Group, argumenta que o ETH pode superar o bitcoin, mesmo que o BTC apresente uma alta após o halving.
Bitcoin vs Ethereum
A empresa que opera no mercado de derivativos tem analisado a correlação entre as duas principais criptomoedas meses antes da redução da recompensa dos mineradores. Nesse sentido, a CME acredita que a correlação crescente das altcoins com o bitcoin pode ser um grande impulsionador para a principal plataforma de contratos inteligentes.
“De 2017 a 2020, o BTC costumava ultrapassar o ETH, mas isso parece ter parado em 2021”.
Norland reconhece a correlação entre Ethereum e Bitcoin e como o par ETH/BTC tem mudado ao longo dos anos. No entanto, ele menciona outros possíveis fatores que poderiam impulsionar o preço do BTC e influenciar a avaliação do ETH, possivelmente levando-o a superar a criptomoeda primária em 2024.
Segundo Norland, no topo da lista de possíveis gatilhos está a guerra em curso entre Rússia e Ucrânia, que pode aumentar a demanda pelo bitcoin e, consequentemente, elevar os preços. Além disso, o relatório destaca o impacto inesperado de eventos como o colapso de bancos regionais, ocorrido em março de 2023, que temporariamente aumentou os preços do BTC e do ETH.
E como o Ethereum tem crescido mais que o bitcoin desde 2021, quando a altcoin subiu 155% em relação ao dólar americano e o BTC apenas 30%, a aposta é de que o impacto desses eventos em 2024 seja muito maior na principal altcoin do mercado.

Explorando os fatores macroeconômicos, como as políticas monetárias dos bancos centrais e suas implicações nas criptomoedas líderes, Norland ressalta que os bancos centrais desempenharão um papel crítico no futuro das criptos.
Olhando para 2020, os bancos centrais reduziram as taxas e adotaram políticas de flexibilização quantitativa, o que levou aos preços recordes do Ethereum e do bitcoin em 2021, quando ambas as criptomoedas atingiram altas históricas.
No entanto, quando a inflação se estabeleceu, os bancos centrais ajustaram suas políticas e aumentaram as taxas, o que desencadeou um inverno cripto em 2022, cenário que ainda não foi recuperado pelas criptomoedas. A grande expectativa de virada de chave está no halving do Bitcoin, mas será que ele terá um impacto tão forte em um momento de constante crescimento de taxas de juros realizada por bancos centrais?