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Instituição: não pedimos dinheiro para a FTX, mas mesmo assim ganhamos uma doação de US$200.000

Um dos fatores que contribuiu para a fama de Sam Bankman-Fried (SBF), além de seu grande império, foi o fato dele ser um grande doador para projetos de causa sociais. Contudo, a farsa de suas empresas já foi revelada. Será que suas caridades estão no mesmo caminho?

De acordo com a CarbonPlan, a história pode ser bem diferente do que o rosto por trás da FTX mostrava. Embora SBF já tenha declarado que sua imagem de bom moço era apenas uma persona, vamos entender o que está por trás dos envios milionários para instituições de caridade. 

SBF e CarbonPlan

CarbonPlan é uma instituição de caridade focada em  soluções climáticas como a captura de carbono. Ela informou que recebeu um e-mail de um possível doador individual chamado Keith Lennox. O doador informou que queria fazer uma doação anônima de US$100. 

Na época em que o email foi enviado, esse era o limite máximo que uma doação individual poderia ser feita. Logo após o due diligence, a CarbonPlan forneceu a Lennox informações de transferência eletrônica para que ele pudesse fazer sua doação.

Depois de algum tempo, o mesmo doador teria enviado outro e-mail para a instituição sem fins lucrativos. Contudo, esse novo contato foi feito através de um endereço da FTX. Lennox informou que era um funcionário da exchange de SBF e que queria fazer uma reunião para  discutir compensações de carbono. 

Jeremy Freeman, fundador e diretor executivo da CarbonPlan, disse, segundo a Forbes, que participou da reunião via Zoom e expressou seu ceticismo sobre as compensações de carbono. Isso porque a mesma se tratava de um esquema baseado em crédito pelo qual as organizações negociam ‘créditos’ de carbono para reduzir as emissões gerais. 

Freeman informou que não houve nenhuma discussão sobre algum “presente”da FTX para a CarbonPlan. Todavia, após essa reunião a plataforma de negociação de criptomoedas decidiu enviar a quantia de US$200.000, feitas através das informações bancárias que foram oferecidas a Lennox. 

“Para ser claro, não solicitei nem concordei em aceitar qualquer doação da FTX ou de suas afiliadas; eles simplesmente nos enviaram o dinheiro”, diz Freeman.

Mas a instituição não devolveu a doação

De acordo com o fundador da CarbonPlan, eles decidiram que devolver os fundos recebidos não resolveria suas preocupações gerais com a indústria cripto. Uma desculpa rasa como essa para ficar com uma enorme quantia de dinheiro pode ser questionada. 

No entanto, Freeman declarou que o valor foi utilizado para  financiar a pesquisa sobre a ineficácia da migração de compensações de carbono para o blockchain. A pesquisa publicada no início de 2022 descobriu que o maior esquema de “tokenização” de compensação de carbono era reciclar créditos de compensação inúteis que não conseguiam encontrar compradores nos mercados convencionais.

A CarbonPlan informou que recebeu uma doação do grupo de SBF na publicação do estudo. 

“CarbonPlan não recebeu nenhum apoio financeiro específico para este trabalho. A FTX Foundation, que está associada à exchange de criptomoedas FTX, já deu à CarbonPlan uma doação não solicitada e irrestrita em dinheiro. Nem os autores nem a CarbonPlan têm qualquer interesse financeiro em criptomoedas”.

FTX Foundation e sua desorganização

No início deste ano, SBF disse à Forbes que seu objetivo era  fazer o máximo de bem possível para o mundo. Sendo assim, a FTX Foundation não iria economizar em fazer ações beneficentes.

Certamente que oferecer ajuda para quem precisa não é um problema. A grande questão é fazer isso de forma totalmente desorganizada. O exemplo da CarbonPlan apenas mostrou como a FTX Foundation era tão caótica quanto a exchange que a controlava. 

Além disso, a instituição mencionada não foi a única a ter um dinheiro inesperado do império de SBF.  

Em abril, um pesquisador anônimo ficou encantado ao descobrir que o Future Fund da FTX Foundation lhe deu dinheiro para prosseguir com sua pesquisa. Mas a alegria durou pouco, pois, segundo a Forbes, o banco rejeitou a transação da FTX.

“Falei com meu banco e eles disseram: ‘Não, não é assim que fazemos transferências bancárias'”.

Algumas semanas depois, o pesquisador ficou surpreso ao descobrir que os fundos da FTX haviam sido depositados em sua conta bancária sem nenhum aviso prévio ou contrato de concessão. 

Logo após a feliz notícia, o pesquisador entrou em contato com a FTX, mas recebeu um retorno vago. 

“A resposta que recebi foi: ‘Não se preocupe com o contrato de concessão por enquanto, ainda estamos estabelecendo nossos processos para isso. No seu caso, acho que acabamos fazendo isso como um presente. Como tal, não precisaremos de um contrato de concessão ou entraremos em contato mais tarde se precisarmos de algo de você'”.

Doações obscuras

Até o momento da escrita do artigo, não está claro quanto dinheiro a FTX doou. Embora a empresa tenha falado de US$190 milhões, esse valor já foi contestado por algumas instituições. 

A Giving Green, por exemplo, teria recebido US$100.000, de acordo com o site da FTX Foundation. No entanto, Dan Stein, o fundador do grupo, disse que sua organização recebeu US$295.000 em doações de entidades ligadas à FTX. 

Já a Humane League, organização sem fins lucrativos focada na prevenção da crueldade animal, que é listada como uma das beneficiárias da FTX Foundation, declara que nunca recebeu uma doação relacionada ao grupo de SBF. 

Certamente os funcionários da FTX estavam completamente perdidos com esses movimentos realizados sem uma organização e não tem noção alguma dos valores que foram doados. 

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