Em um mundo onde a inclusão financeira ainda é um sonho distante para bilhões de pessoas, especialmente em países em desenvolvimento, existe uma blockchain que vem chamando a atenção por sua atuação: a Tron (TRX).
Enquanto gigantes como Ethereum (ETH), Bitcoin (BTC) e Solana (SOL) enfrentam barreiras, a Tron se posiciona como uma solução concreta para “bancarizar os não-bancarizados“, pelo menos essa é a visão de Qiao Wang, do suporte ao cliente da Alliance DAO.
Wang argumenta que as alternativas dominantes “são muito voláteis, muito caras ou muito novas” para atender às necessidades de populações vulneráveis.
Para Wang, a Tron se destaca pela velocidade, baixo custo e por estar estabelecida há muito tempo, o que lhe confere uma vantagem sobre plataformas como Solana e soluções Layer 2 como Arbitrum e Optimism.
Ele reforça sua tese com dados on-chain, especificamente a atividade de stablecoins, demonstrando que a maior parte das transações de USDT acontece na rede Tron. Segundo Wang, a maioria das pessoas entrevistadas utiliza ativamente o ativo estável na blockchain do TRX para fazer pagamentos e enviar dinheiro para familiares.
O sucesso da Tron tem várias explicações. Uma delas é a própria estrutura da plataforma. Inspirando-se no Ethereum e buscando superar seus desafios de escalabilidade, a rede do TRX oferece um modelo otimizado para processar mais transferências a custos menores. Além disso, a plataforma foi uma das primeiras a oferecer suporte para o USDT.
Com o congestionamento e as taxas altas do ETH se tornando crônicos, a maior parte da atividade de negociação de USDT migrou para a Tron, que aos poucos foi conquistando participação de mercado e se tornando o principal facilitador de transferências do ativo estável. O baixo custo das transações, sem dúvida, é um dos principais atrativos, especialmente para pessoas em países em desenvolvimento.
Nic Carter, sócio da Castle Island Ventures, concorda com Wang sobre a adequação da Tron para bancarizar os não-bancarizados.
No entanto, ele ressalta que há um alto grau de intermediação no mundo das stablecoins, com plataformas como fintechs e bancos atuando como interfaces críticas para cunhagem ou custódia de garantias. Devido ao papel dessas plataformas centralizadas, Carter acredita que esse cenário eventualmente “encerrará a era das blockchains consumeristas” como a Tron.
Em resposta, Justin Sun, cofundador da altcoin, reafirma a ambição da plataforma de servir a 8 bilhões de pessoas ao redor do mundo. O bilionário enfatiza que a cripto “ainda está nos estágios iniciais do desenvolvimento dessa visão“, mas está comprometida em alcançar seu objetivo.
Os dados do TronScan em 26 de dezembro mostram que há mais de US$48,8 bilhões de USDT em circulação na rede, enquanto o Etherscan registra US$39,7 bilhões para o Ethereum.