Na última quarta-feira (1º), o Federal Reserve anunciou o aumento da taxa de juros em 25 pontos base. Como esse movimento já era esperado pelos grandes investidores, não houve grandes impactos nos mercados. No entanto, o que o Fed pode fazer nos próximos meses ainda é objeto de atenção, pois Jerome Powell já informou que não pretende interromper o aumento da taxa de juros.
Roger Ferguson, ex-vice-presidente do Federal Reserve, ofereceu sua análise sobre o último aumento, afirmando que o mercado e o Fed têm visões diferentes sobre como o banco central reagirá. Durante uma entrevista à CNBC, o economista disse que Powell perdeu várias oportunidades de ser mais ousado.
O Fed anunciou claramente a perspectiva de aumentos futuros, possivelmente até dois, em meio a uma desaceleração na inflação. No entanto, o mercado financeiro está ignorando essa possibilidade, acreditando que uma recessão profunda este ano forçará o banco a reduzir as taxas de juros, de acordo com o especialista financeiro.
Powell destacou que o Federal Reserve está monitorando atentamente as informações de emprego para estabelecer sua próxima estratégia de política monetária.
Fed mais conservador?
O professor de economia da Wharton, Jeremy Siegel, conversou com Melissa Lee da CNBC sobre a atuação do Federal Reserve. Segundo Siegel, o Fed está analisando os mercados de forma mais “dupla” e reconheceu que o setor imobiliário é um indicador limitado. Ele também destacou a queda acentuada da inflação.
Siegel acredita que, se o mercado de trabalho ruir, não haverá mais aumentos de juros.
“Tudo o que precisamos é de um mês de folha de pagamento negativa. Acho que isso realmente muda toda a narrativa, porque Powell disse que essa é a última coisa que está preocupando o banco central”.