A Solidus Labs, empresa de monitoramento de risco e vigilância comercial, trouxe à luz na última terça-feira (12) a identificação de cerca de US$2 bilhões em transações suspeitas de lavagem de dinheiro, realizadas em exchanges descentralizadas (DEXes) na rede Ethereum desde 2020.
A empresa realizou um estudo em mais de 30.000 pools de liquidez em DEXes e descobriu que 67% das mesmas apresentavam indícios de manipulação por traders suspeitos.
Esses traders, aberta ou secretamente, realizaram auto-negociações para influenciar de forma artificial os preços ou volumes de tokens.
Tais atividades de lavagem de dinheiro resultaram em 16% do volume total de transações nestes pools de liquidez comprometidos.
“A manipulação de mercado permanece como um desafio relevante na indústria cripto, particularmente em um momento de maior fiscalização regulatória e adoção institucional. A movimentação de lavagem de dinheiro que descobrimos aqui é um forte indicativo de manipulação de mercado e precisa ser combatida para o pleno crescimento cripto e DeFi”, declarou Asaf Meir, fundador e CEO da Solidus Labs.
A liquidez fragmentada no DeFi através das diferentes DEXes propicia a criação de mercados menores, que se tornam mais suscetíveis a manipulações de preços e volumes.
Em um caso ilustrativo, a Solidus identificou uma rede de carteiras conectadas que manipulavam o preço do token meme SHIBAFARM para atrair especuladores antes de realizar um rug pull, resultando em lucros acima de US$2 milhões.
Embora os mercados tradicionais possuam mecanismos para gerir práticas de lavagem de dinheiro, o setor cripto ainda enfrenta essa problemática. Além disso, a questão de quem deve ser responsável pela detecção e prevenção desse comércio na blockchain continua sendo um ponto nebuloso.