O caminho da Grayscale até a concretização de um ETF de Bitcoin apresenta novos desafios. Esta semana, uma corte federal determinou que a SEC deve inspecionar novamente a negativa anteriormente dada ao pedido da gestora para transformar seu GBTC em um fundo Bitcoin à vista.
Este revés legal para a SEC representa um novo marco para o setor de criptomoedas, que já havia comemorado a vitória da Ripple em julho. Observadores do setor, liderados por Gautam Chhugani, interpretam este evento como um avanço positivo na direção de um ETF Bitcoin à vista. Isso também alimenta as esperanças de que candidaturas similarmente pendentes de gigantes financeiros como BlackRock, Fidelity e WisdomTree possam vir a receber o sinal verde da SEC.
O desafio da Grayscale
Porém, nem tudo são flores para a Grayscale. A gestora se encontra enredada no debate frequente no setor de Produtos Negociados em Bolsa (ETP) sobre os encargos cobrados. Atualmente, o GBTC cobra uma taxa de 2%, um valor que pode ser insustentável se o objetivo é manter a competitividade.
Comparando com a média de taxas dos outros ETFs negociados nos EUA, que é de 0,54%, ou até mesmo com os outros produtos de criptomoedas comercializados globalmente, cuja taxa é de 1,48%, se nota que a taxa da gestora é consideravelmente alta.
Em uma declaração, o CEO da Grayscale, Michael Sonnenshein, mencionou que uma revisão das taxas pode ocorrer quando o GBTC for convertido em ETF. No entanto, ele não detalhou até onde a empresa estaria disposta a ir neste sentido.
Já empresas como BlackRock, Invesco e Fidelity ainda não definiram taxas específicas para seus propostos ETFs de Bitcoin. Contudo, é provável que essas taxas sejam somente uma fração daquelas cobradas pela Grayscale. Nate Geraci, presidente da consultoria The ETF Store, corroborou essa ideia.
Geraci afirmou que a Grayscale se encontra em um cenário onde emissores como BlackRock e Invesco estão acostumados a competir agressivamente em termos de taxas.