O andamento do julgamento de Sam Bankman-Fried, cofundador da extinta exchange cripto FTX, trouxe à tona revelações sobre seu entendimento das criptomoedas.
Durante a cobertura ao vivo do julgamento pelo portal The Guardian, Bankman-Fried confessou ter conhecimento “praticamente nenhum” sobre esse mercado antes de lançar a FTX e seu fundo de investimento associado, Alameda Research.
“Eu não tinha absolutamente nenhuma ideia de como elas funcionavam. Eu só sabia que eram coisas que poderiam ser negociadas”.
De acordo com o relatório, quando Bankman-Fried se uniu ao co-fundador Gary Wang, que testemunhou contra ele no julgamento, eles não tinham ideia de como atrair clientes.
Quanto ao colapso da FTX, o questionamento do advogado Mark Cohen sugeriu que não havia nada particularmente errado com as operações da exchange ou com as decisões comerciais de Bankman-Fried.
O advogado destacou os termos de serviço da plataforma cripto, finalizados no início ou meados de 2022, que incluíam disposições permitindo o uso do saldo de um cliente para cobrir as perdas de outros em determinadas situações, como nas negociações de futuros.
Admissão de erros de gerenciamento
De acordo com o The Guardian, ao longo de seu depoimento, Bankman-Fried tentou retratar o crescimento de suas exchanges como resultado de dores de crescimento, e não de má fé intencional.
Bankman-Fried argumentou que pedir empréstimos da FTX estava alinhado com a estrutura da plataforma cripto e do fundo de investimento parceiro, Alameda Research. Enquanto o risco fosse gerenciado e os ativos excedessem as responsabilidades, eles não se preocupavam com a forma como os usuários utilizavam os fundos.
Além disso, Bankman-Fried reconheceu ter cometido erros de gerenciamento, admitindo que a falta de uma equipe dedicada ao setor de riscos foi a maior falha. A defesa tentou apresentar o investigado como um gênio da matemática sobrecarregado, mitigando alegações de intenção criminosa.