Sam Bankman-Fried (SBF), fundador da extinta exchange de criptomoedas FTX, compartilhou detalhes sobre sua estratégia de defesa antes de seu próximo julgamento, marcado para 3 de outubro.
Na última semana, o empresário disponibilizou um “ensaio” de 250 páginas contendo reflexões e justificativas internas sobre os eventos que levaram à derrocada da FTX. A intenção era publicá-lo na plataforma X, mas isso nunca aconteceu. No entanto, os documentos, vistos pelo The New York Times, trouxeram à tona não apenas o estado de espírito complexo de SBF durante seus oito meses de prisão domiciliar, mas também lançaram luz sobre sua possível estratégia de defesa legal.
No conteúdo dos documentos, o investigado criticou sua ex-namorada e ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, apontando-a como uma figura-chave no colapso da FTX.
Ele argumentou que Ellison estava inadequadamente preparada para seu papel de liderança e não conseguiu implementar estratégias de negócios eficazes que poderiam ter protegido a empresa contra as turbulências do mercado. Além disso, SBF expressou frustração com a falta de diálogo sobre gerenciamento de riscos, o que acabou contribuindo para sua separação.
As críticas de SBF não se limitaram a Ellison
O empresário também dirigiu suas palavras a Sam Trabucco, destacando as discordâncias entre o co-presidente-executivo da Alameda e Ellison. Embora reconhecesse as habilidades de Trabucco em gerenciamento de risco, ele afirmou que ele estava silenciosamente deixando a empresa no final de 2021.
É importante destacar que Ellison e dois outros principais conselheiros da empresa já se declararam culpados de acusações de fraude e concordaram em testemunhar contra SBF em dezembro de 2022. Até o momento, Trabucco não enfrentou nenhuma acusação relacionada a esses eventos.
Os documentos revelam os esforços de SBF para construir uma narrativa que conteste as alegações dos promotores. Ele acusou o escritório de advocacia Sullivan & Cromwell, que supervisiona a falência da FTX, de fabricar a história de que ele se apropriou indevidamente de fundos de usuários.
