O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) obteve sucesso em seu pedido de revogação da fiança de Sam Bankman-Fried (SBF), co-fundador e ex-CEO da exchange de criptomoedas falida FTX. O juiz Lewis Kaplan não ficou convencido das explicações dadas por SBF em relação às acusações de obstrução de testemunhas feitas pelo DoJ.
O empresário havia sido liberado mediante o pagamento de uma fiança no valor de US$250 milhões em dezembro do ano passado, após ser extraditado das Bahamas. Contudo, SBF não ajudou sua própria causa ao buscar indevidamente o ex-conselheiro geral da FTX, Ryne Miller, e ao utilizar uma rede virtual privada (VPN) para assistir ao Super Bowl, como afirmaram seus advogados.
Essas ações, somadas à divulgação do diário pessoal de Caroline Ellison para a imprensa, foram vistas pelo DoJ como movimentos irresponsáveis, o que levou o departamento a solicitar a revogação da fiança concedida ao fundador da FTX.
“Minha conclusão é que há uma causa provável para acreditar que o réu tentou adulterar as testemunhas pelo menos duas vezes”, disse o juiz.
Apesar dos esforços da equipe jurídica de SBF, ele permanecerá sob custódia até a próxima audiência, que está prevista apenas para 2 de outubro de 2023.
Contudo, é válido ressaltar que SBF deve ser encaminhado para uma penitenciária em Putnam, Nova York, e terá permissão para usar um laptop com conexão à Internet para se preparar para sua defesa. A alternativa seria enviá-lo para o Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn, onde o acesso à internet é restrito aos detentos.