De acordo com Gary Gensler, presidente da Securities and Exchange Commission (SEC), o mercado de criptomoedas não é descentralizado.
Ironicamente, o chefe da agência federal disse que há um domínio significativo entre alguns intermediadores no mundo blockchain. Essa autoridade faz com que os pequenos sejam sufocados pela concorrência.
Mas isso não é exclusividade da indústria cripto
Conforme observado por Gensler, os intermediários centrais nos mercados financeiros tendem a se beneficiar de “escala, efeitos de rede e acesso a dados valiosos”.
O presidente informou que apenas quatro gestores de ativos nos EUA controlam mais de 80% do total de ativos mantidos em fundos de índice de empresas de investimento registrados nos EUA.
Além disso, os formadores de mercado de ações que são responsáveis pelo tratamento de ordens do mercado de varejo também estão tendendo à centralização, devido às execuções que ocorrem em grande parte fora da bolsa.
É justamente nesse cenário que Gensler argumenta que as criptomoedas estão chegando.
“Na verdade, esse campo tem uma concentração significativa entre intermediários no meio do mercado. Assim, devemos permanecer atentos às áreas onde a concentração e as rendas econômicas potenciais se acumularam ou podem aumentar no futuro”.
De fato, os grandes players dessa indústria são as exchanges de criptomoedas. O poder monetário está tão concentrado nas mesmas que empresas que colapsaram no início deste ano (2022) buscaram as plataformas de negociação cripto para serem salvas.
Grande exemplo disso foi a compra da Celsius pela FTX.
“No que se refere aos intermediários, as chamadas exchanges de criptomoedas ou plataformas de empréstimos e similares, eles são altamente centralizados”, disse o presidente da SEC.
Exchanges criptos violam a lei
Gensler acredita que o grande perigo está nas corretoras, pois informa que grande parte delas trabalha na ilegalidade. Isso porque elas podem estar listando títulos não registrados.
Claro que Gensler não poderia deixar de mencionar sua crença de que quase todos os ativos blockchain, exceto o bitcoin, são títulos.
“É meio que além das probabilidades que haja alguns tokens de valores mobiliários nelas”, disse ele.