A SEC deu mais um golpe no mercado de criptomoedas e decidiu apresentar uma ação contra Justin Sun, fundador da Tron (TRX). Segundo a agência federal, o empresário e três empresas afiliadas, Fundação Tron, a Fundação BitTorrent e a BitTorrent (agora conhecida como Rainberry), realizaram vendas ilegais de TRX e BitTorrent (BTT).
A notícia da ação teve um impacto imediato no preço da Tron, que caiu 7,12% após o anúncio. A SEC acusa Sun e suas empresas de terem se envolvido em um esquema para distribuir bilhões de TRX e BTT ao público, ao mesmo tempo em que criavam mercados secundários ativos nos quais as altcoins poderiam ser negociadas.
O processo contra o fundador da Tron
De acordo com a ação apresentada, Sun visou investidores americanos em suas ofertas e vendas não registradas, gerando milhões em receitas ilegais à custa dos mesmos. A SEC afirma que o empresário e suas empresas foram obrigados a registrar essas ofertas e vendas na SEC, mas nunca o fizeram.
Além disso, o processo acusa Sun de manipular o preço do TRX para criar a aparência artificial de interesse legítimo do investidor e manter a capitalização da altcoin em alta, através da criação de campanhas publicitárias com a participação de celebridades como Austin Mahone, Lindsey Lohan, Ne-Yo e Akon, que também foram processados.
Sun também teria inflado o volume de negociações do TRX entre abril de 2018 e fevereiro de 2019, através de esquemas de negociação de lavagem, fazendo com que os funcionários da Fundação Tron participassem de mais de 600.000 negociações ilegais usando contas controladas pelas instituições Tron e BitTorrent.
A SEC informou que o fundador da concorrente do Ethereum (ETH) vendeu grande parte de seus TRX no mercado secundário, o que gerou uma receita de US$31 milhões com ofertas ilegais e não registradas de Tron.
A ação busca liminares permanentes, devolução de ganhos ilícitos e penalidades civis contra Sun e suas empresas. Ela também se concentra em impedir que o rosto por trás da Tron participe de qualquer oferta de valores mobiliários de ativos digitais e atue como executivo ou diretor de uma empresa pública.
Em sua declaração, o presidente da SEC, Gary Gensler, enfatizou que este caso serve como exemplo dos riscos potenciais que os investidores de criptomoedas podem enfrentar com títulos não registrados.