O mercado de stablecoins está em expansão, conquistando rapidamente seu espaço no cenário global de liquidações financeiras. De acordo com um relatório da Circle, emissora do USDC, o valor total liquidado por ativos estáveis ultrapassou os US$7 trilhões, cifra comparável aos US$14 trilhões combinados de Visa e Mastercard.
De acordo com a Circle, a infraestrutura blockchain está prestes a suportar uma atividade econômica cada vez maior em todo o mundo, especialmente na América Latina.
A transição para serviços financeiros baseados nessas tecnologias está se acelerando, com milhões de empresas e bilhões de pessoas prevendo o uso de soluções blockchain regulamentadas para poupança, pagamentos e crédito.
Nesse sentido, a América Latina está desempenhando um papel de liderança na transformação, com seus cidadãos recebendo US$562 bilhões em valor em moedas digitais entre meados de 2021 e 2022.
Esse crescimento se deve à proposta de valor de acesso expandido, beneficiando especialmente os 1,7 bilhões de indivíduos sub-bancarizados no mundo que possuem smartphones. Esta tendência deve impactar ainda mais os processos financeiros tradicionais e a burocracia.
Além disso, a América Latina está emergindo como um player-chave na adoção global de moedas digitais e tecnologia financeira, assumindo um papel de liderança semelhante à influência da América do Norte na internet original. A grande população da região, cerca de 658 milhões de habitantes, juntamente com uma sólida base de desenvolvedores de quase um milhão, contribui para seu crescimento.
A adoção de fintechs na América Latina está ligada à redução da desigualdade de renda, com três quartos dos 30 milhões de clientes de bancos digitais sendo indivíduos e pequenas e médias empresas anteriormente não bancarizados ou sub-bancarizados.
Com forte apoio regulatório e uma duplicação do tamanho do setor de fintech para aproximadamente 2.500 plataformas, a América Latina se torna um terreno fértil para a adoção de stablecoins.
A região já está testemunhando os ativos estáveis entrando no poder de compra dos consumidores. À medida que as Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs) ganham força, a Circle busca fomentar a interoperabilidade financeira local e global, construindo infraestrutura através de tokens compatíveis e soluções baseadas em blockchain.
Cresciomento da Circle e do USDC
O USDC tornou-se uma das moedas digitais mais líquidas e detidas do mundo, com aproximadamente US$4 bilhões em transações diárias. Com quase 2 milhões de usuários em mais de 190 países, o token possui reserva 100% lastreada em ativos resgatáveis 1:1 por dólares americanos.
A reserva da stablecoin abrange investimentos na Circle Reserve Fund, um fundo do mercado monetário regulamentado pela SEC e gerenciado pela BlackRock. Embora a maior parte da atividade da altcoin ocorra em dólares, facilitando o faturamento do comércio, a empresa por trás do token antecipa a disponibilidade de mais stablecoins não-dólares no futuro.