Vitalik Buterin, alerta em seu blog pessoal, intitulado “Make Ethereum Cypherpunk Again”. A pauta? O desvio de rota da Web3, a internet descentralizada baseada em blockchain, de sua visão original.
Buterin resgata memórias de suas primeiras jornadas, em meados de 2010, por centros globais fervilhando de empreendimentos cripto. Ali, nasceu um sonho: uma comunidade coesa, onde todos os elementos trabalham em harmonia. Porém, esse ideal, segundo ele, foi embora com o tempo.
A descentralização, afirma Buterin, tornou-se vista por alguns como distração, não ferramenta. Entre os usuários cripto, ressalta que apenas o Ethereum Naming Service (ENS), um sistema de nomes descentralizado, encontrou ampla aplicação fora do campo financeiro.
Pagamentos e transferências? Acontecem, em sua maioria, “dentro de contas centralizadas em exchanges, ou pela negociação de USDT na rede Tron“.
E os culpados? As altas taxas de transação. Com custos de “centavos ou alguns dólares“, o uso da blockchain se expande, indo além do financeiro. Mas quando, como em picos de mercado, elas atingem a casa dos “três dígitos“, os “jogadores degenerados” dominam o cenário. Em doses moderadas, admite o rosto por trás do Ethereum, não há maior problema, mas sua presença maciça distorce a comunidade.
Apesar do tom crítico, o blog também celebra avanços do ecossistema da plataforma de contratos inteligentes. Destacam-se o lançamento de soluções layer 2 e de privacidade, como Railway e Nocturne, além de tecnologias como zero-knowledge proofs, abstração de contas e clients leves, que prometem escalabilidade e anonimato.
Buterin finaliza com uma onda de otimismo. Há um crescente entendimento de que “centralização desenfreada e superfinanceirização não podem ser o cerne das criptomoedas”.
Valores como auditabilidade, resistência à censura, descentralização e participação global devem ser reincorporados.