Setembro trouxe mais ventos turbulentos para a Binance. Afinal, o volume de negociação de bitcoin (BTC) na plataforma cripto registrou uma queda de 48%. Um dos fatores que contribuiu para esse cenário foi a reintrodução de taxas de negociação para seus pares de BTC mais líquidos.
Dessislava Ianeva, analista de pesquisa da Kaiko, destacou em uma postagem nas redes sociais que essa queda representa o segundo maior declínio mensal desde abril. Curiosamente, ambos os cenários negativos coincidiram com a eliminação das taxas zero para os principais pares de negociação de BTC na plataforma.
Em abril, a Binance enfrentou uma situação semelhante quando seus usuários deixaram a exchange de criptomoedas em massa após o cancelamento dos incentivos para trading relacionados ao BUSD, devido a desafios regulatórios enfrentados pela stablecoin. Naquela época, o volume de trade da empresa de CZ despencou quase 70% durante o segundo trimestre.
Este mês, uma situação semelhante aconteceu, à medida que a Binance abandonou os incentivos de taxa zero para seu par de negociação TUSD e BTC. Como resultado, muitos traders migraram para outras plataformas em busca de condições mais favoráveis.
Os desafio da Binance
A exchange de criptomoedas também está enfrentando desafios regulatórios em várias jurisdições, como os Estados Unidos e a Europa, o que teve um impacto negativo em sua participação de mercado global.
Nos Estados Unidos, por exemplo, as autoridades reguladoras financeiras, como a SEC e a CFTC, tomaram medidas legais contra a Binance devido ao suposto não cumprimento das leis locais. Além disso, surgiram relatos de que a empresa e seu CEO, Changpeng Zhao (CZ), estão sob investigação pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ).
Do outro lado do Atlântico, a plataforma teve que retirar voluntariamente seus pedidos de licença em alguns países, como a Alemanha, embora tenha enfrentado rejeições em outros lugares.
Além dos desafios regulatórios, a Binance teve que lidar com a saída de vários executivos de alto escalão, como o CEO do seu braço norte-americano, Brian Shroder, o conselheiro geral Han Ng, o diretor de estratégia, Patrick Hillmann, e o vice-presidente sênior de conformidade, Steven Christie.