Peter Schiff, além de ser um economista renomado, é conhecido por fazer grandes críticas ao Bitcoin (BTC). Sua postura contra a criptomoeda primária chama a atenção, pois Schiff é um questionador de longa data das políticas monetárias do governo e do sistema financeiro tradicional. Como o BTC surgiu justamente como uma alternativa descentralizada a tudo isso, fica a dúvida sobre a razão do empresário manter esse pensamento.
Dentre as críticas de Schiff, está a falta de valor intrínseco do Bitcoin, coisa que é vista no ouro. Segundo o economista, o metal amarelo conseguiu se manter como uma reserva de valor ao longo da história, enquanto o Bitcoin é apenas um ativo digital sem utilidade tangível.
No entanto, nós que defendemos a criptomoeda sabemos que isso não é verdade. Afinal, o Bitcoin funciona muito bem como um meio de troca descentralizado e é uma excelente opção para transferências internacionais. Em ambos os casos, ele é muito superior ao ouro. Isso porque ele conta com uma divisibilidade e portabilidade não vistas no metal precioso.
Mais críticas
Schiff também argumenta que o Bitcoin não possui suporte governamental. Sendo assim, a criptomoeda se torna vulnerável a regulamentações e interferências centralizadoras futuras. Nesse sentido, ele vê até mesmo a possibilidade de o governo conseguir proibir ou restringir o uso da criptomoeda.
Essa linha de raciocínio também cai por terra quando vemos que o BTC tem funcionado muito bem todos esses anos sem a necessidade de um centralizador. Além disso, o Bitcoin já é proibido em alguns países, como Bolívia e Egito. Mas isso de forma alguma impede as pessoas de vender, comprar ou emprestar a criptomoeda.
No país da América do Sul, por exemplo, grupos privados do Facebook continuaram realizando trocas de BTC.
Por fim, há outras duas críticas que Schiff faz ao Bitcoin: possível uso da criptomoeda para atividades ilícitas e volatilidade, onde os investidores podem perder dinheiro.
Em primeiro lugar, o uso do Bitcoin para coisas ilegais é algo que podemos destacar como um argumento 100% sem valor. Qualquer coisa pode ser utilizada para atividades ilícitas, e o BTC é o menos adequado para isso, pois possui uma rede transparente.
Em relação à volatilidade, tudo que se compara com o dólar americano é volátil, até mesmo o ouro. O fato é que o metal amarelo é menos volátil que o Bitcoin, mas isso ocorre apenas porque ele existe há muito mais tempo do que a tecnologia apresentada ao mundo em 2008. Isso faz com que tenha muito mais capital no ouro, o que leva a uma menor volatilidade.
A grande hipocrisia de Peter Schiff
Mesmo com todas as críticas mencionadas, o economista utilizou a rede do Bitcoin para seu novo empreendimento: uma coleção de arte em formato NFT baseada na blockchain da criptomoeda primária. Esse passo inusitado veio como resultado da parceria de Schiff com o artista Market Price.
A coleção incluirá uma pintura original intitulada “Golden Triumph”, além de uma série de impressões e ordinals únicos. Claro que isso fez com que a comunidade da criptomoeda ficasse espantada e até debochasse do empresário. Para exemplificar, o podcaster Layah Heilpern declarou:
“Você sempre amou o Bitcoin; você finge o contrário para ter influência”.
O defensor do ouro prontamente respondeu, afirmando que essa iniciativa trata-se de uma expressão artística e uma homenagem ao ouro, mas também há elementos destinados aos entusiastas do Bitcoin. No entanto, ele ressaltou que ainda não é membro desse “clube”.
Schiff personifica perfeitamente o que poderíamos chamar de “crítico que ganha dinheiro enquanto critica”. Ele é um exemplo vivo dos grandes hipócritas que permeiam o mercado tradicional.
É claro que tenho grandes críticas ao modelo de NFTs na rede do Bitcoin, mas isso é assunto para outro artigo.
