A comunidade de criptomoedas está comemorando hoje o nono aniversário de uma importante rede blockchain, o Ethereum. No entanto, esta não é a única data significativa para a indústria nesta semana. Em julho de 2014, a empresa checa de carteiras de hardware, Trezor, lançou a primeira carteira de criptomoedas disponível comercialmente, conhecida como Trezor Model One.
A Trezor Model One é uma das primeiras carteiras de hardware do mundo, permitindo aos usuários armazenar criptomoedas como Bitcoin (BTC) offline, oferecendo a posse e controle das próprias moedas.
De acordo com Pavol “Stick” Rusnak, diretor de tecnologia e cofundador da empresa-mãe da Trezor, a Satoshi Labs, a Trezor começou a operar há dez anos como um projeto de hobby. “Queríamos criar carteiras de hardware para nós mesmos, nossas famílias e amigos”, afirmou Rusnak.
O protótipo da primeira carteira Trezor foi construído com placas de circuito rudimentares, uma unidade de display, dois botões e uma porta USB conectada a um Raspberry Pi. Inicialmente, esperava-se que a Trezor fosse lançada por meio de uma campanha no Kickstarter, uma plataforma de financiamento para projetos criativos. No entanto, a aplicação da Trezor foi negada sem explicação, deixando a pré-venda como única opção para trazer as carteiras Trezor ao mercado.
Os primeiros dispositivos Trezor, um em plástico e outro em alumínio, foram vendidos por 1 e 3 BTC, respectivamente. Com base nos preços do BTC em 30 de julho de 2014, o Trezor Model One de plástico custava cerca de $600, enquanto o de alumínio era vendido por até $1.800.
Considerando que o Trezor Model One foi lançado comercialmente há uma década, surge a questão se a carteira ainda é viável em 2024. Segundo Matej Zak, CEO da Trezor, o Model One ainda está intacto e é suportado no ecossistema de software da empresa.
Entretanto, o Trezor Model One não é a única carteira de hardware oferecida pela Trezor, que também tem concorrentes, como a empresa francesa de carteiras de hardware Ledger.
Com novas carteiras de hardware chegando regularmente ao mercado, os consumidores podem se perguntar se é hora de substituir uma carteira antiga, especialmente se ela custou $1.800 há dez anos. Lucien Bourdon, analista da Trezor, afirma que é provável que seja hora de atualizar uma carteira de hardware se o dispositivo não receber mais atualizações de firmware.
“Sem atualizações, você corre o risco de perder patches de segurança cruciais e novos recursos”, disse Bourdon, acrescentando que, por exemplo, se o Bitcoin introduzir um novo padrão de endereço, um dispositivo desatualizado não o suportará, potencialmente deixando o usuário para trás no rápido cenário de evolução das criptomoedas. Atualizar garante que você permaneça atual e seguro.
O defensor do Bitcoin e CEO da Jan3, Samson Mow, acredita que não existe um momento ideal para atualizar uma carteira de hardware, a menos que haja uma razão de segurança. “Por exemplo, se sua carteira de hardware depende de um elemento seguro e foi comprometida”, disse Mow. Outra razão poderia ser que o fabricante não está mais suportando a carteira ou não existe mais.