Ao contrário do que manchetes sugerem, a Alemanha não está promovendo uma liquidação de Bitcoin (BTC) por conta própria. O verdadeiro vendedor é a Saxônia, um estado no leste alemão, que está lidando com uma apreensão de criptomoedas de proporções gigantescas.
Tudo começou com a apreensão de 49.857 BTCs pela LKA, a Polícia Criminal da Saxônia. O valor foi confiscado do operador do site Movie2k.to, considerado culpado de lavagem de dinheiro e outras atividades ilegais.
Há cerca de uma semana, a carteira eletrônica da BKA, a Polícia Federal da Alemanha, começou a transferir milhares de bitcoins para Kraken, Coinbase e Bitstamp. Essa movimentação indicou a intenção de vender o montante apreendido, o que gerou reações negativas nas redes sociais.
No entanto, especialistas apontam que a venda não é uma estratégia de investimento ruim, mas sim um procedimento padrão para lidar com ativos confiscados em investigações criminais.
“O Ministério Público da Saxônia é responsável pela liquidação desses ativos, e a venda não é surpreendente. Ativos apreendidos são sempre liquidados dentro de um determinado período. É um processo rotineiro, embora em uma escala maior do que o normal”, explicou o Dr. Lennart Ante, cofundador e CEO do Blockchain Research Lab.
A apreensão ter sido registrada na carteira da BKA se deve, provavelmente, ao envolvimento da agência federal na investigação inicial e ao seu conhecimento técnico para lidar com volumes tão grandes de BTCs.
Vale ressaltar que a BKA não tem poder de decisão e apenas segue as instruções do estado.
Normalmente, a venda de ativos confiscados só ocorre após a autorização judicial, com o valor sendo direcionado ao orçamento do estado. Porém, há exceções. A venda emergencial pode ser solicitada se o ativo tiver alta volatilidade ou se sua armazenagem for complexa, o que poderia ser argumentado no caso do BTC, segundo Ante.