A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo com US$ 11,5 trilhões sob gestão, destacou recentemente que a adoção de criptomoedas, incluindo o Bitcoin, está ocorrendo em um ritmo mais acelerado do que o de tecnologias anteriores, como a internet e os telefones móveis.
Em uma análise, a BlackRock apontou que, em apenas 12 anos, as criptomoedas já conquistaram 300 milhões de usuários, superando a velocidade de adoção de outras inovações tecnológicas. Para efeito de comparação, a internet demorou 15 anos para atingir esse marco, enquanto os telefones móveis levaram 21 anos para alcançar o mesmo número de usuários.
Dentro desse panorama, a empresa reforçou o papel do Bitcoin como a criptomoeda mais amplamente adotada e a principal entre os ativos digitais.
BlackRock lidera fluxos de US$ 2,1 bilhões para Ethereum em dezembro
Em dezembro de 2024, os fundos de índice (ETFs) de Ethereum (ETH) tiveram um desempenho recorde, com entradas líquidas de US$ 2,1 bilhões. Esse valor representou um aumento de 83% em relação aos US$ 1,2 bilhões registrados no mês anterior. Desde o lançamento dos ETFs de Ethereum em julho de 2024, os influxos totais chegaram a US$ 2,6 bilhões, enquanto os ativos líquidos totais desses fundos somam US$ 12,1 bilhões.
Esse crescimento impressionante nas entradas de capital ocorreu enquanto o Bitcoin (BTC) se aproximava da marca de US$ 100.000, o que sugeriu uma tendência crescente de investidores que, após a valorização do BTC, estão redirecionando seus investimentos para o ETH. Davis Richardson, consultor da Paradox Public Relations e membro da Government Blockchain Association, destacou que esse fenômeno reflete um interesse crescente por Ethereum, que se fortalece com o sucesso do Bitcoin.
Além disso, Richardson apontou que um ambiente regulatório favorável nos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump e sua escolha para a SEC, Paul Atkins, também contribuiu para a atração de novos investidores para o ETH. De acordo com o consultor, o projeto “World Liberty Financial” de Trump tem comprado grandes quantidades de Ethereum, conforme mostram os registros de transações on-chain.
Entre os ETFs, o fundo ETHA, gerido pela BlackRock, foi o principal responsável por essa onda de investimentos, atraindo cerca de US$ 1,4 bilhão ao longo de 13 dias consecutivos de entradas positivas. Isso elevou o total acumulado de influxos para US$ 3,5 bilhões. Richardson ressaltou que a BlackRock ainda não iniciou esforços de marketing para seu produto de Ethereum, diferentemente de seu ETF de Bitcoin. A expectativa é que, quando isso ocorrer, os fluxos de capital para o ETHA aumentem ainda mais.
Outro fundo relevante, o FETH da Fidelity, recebeu US$ 752 milhões em dezembro, elevando seu total de influxos para US$ 1,6 bilhões. Por outro lado, o ETF de Ethereum da Grayscale, o ETHE, teve um desempenho abaixo do esperado, com saídas líquidas de US$ 274 milhões, o que fez seu total de influxos líquidos cair para US$ 600 milhões.
Os ETFs de Ethereum começaram a registrar um fluxo constante de capital desde o final de novembro de 2024. As únicas exceções ocorreram nos dias 19, 20 e 30 de dezembro, quando foram observados fluxos negativos. Esses saques coincidiram com um movimento de vendas no mercado geral, desencadeado por uma postura mais cautelosa do Federal Reserve, que indicou uma expectativa de cortes mais limitados para 2025.