Jim Bianco, presidente e fundador da Bianco Research, expressou preocupações sobre a centralização da posse de Bitcoin por meio de ETFs.
Seu argumento, inicialmente compartilhado em uma thread no X, levanta questões sobre a essência descentralizada do BTC e o papel dos ETFs nesse cenário.
Bianco defende que a própria natureza das criptomoedas como o Bitcoin reside na descentralização, ou seja, nenhum indivíduo ou entidade detém controle ou regulamentação exclusiva sobre elas. Porém, ele acredita que o surgimento de ETFs baseados na cripto número um tem levado a uma concentração de propriedade.
Apesar de esses ETFs representarem milhares de investidores individuais, Bianco ressalta que, analisando a blockchain, o Bitcoin ganha apenas alguns novos “acionistas”, liderados por grandes empresas como a BlackRock.
Essa centralização traz um potencial problema regulatório, segundo Bianco. O grande grupo detentor de BTC precisará se adequar a regras impostas por órgãos como a SEC e seu presidente, Gary Gensler.
A SEC já começou a definir regras sobre carteiras autorizadas e transferências in natura, o que pode forçar a comunidade cripto a se adequar para manter o fluxo de investimentos.
O ponto importante da preocupação de Bianco é que essa centralização da propriedade contraria a missão das criptomoedas, que é criar um sistema financeiro alternativo.
Ele teme que o interesse na facilidade oferecida por ETFs possa frear o desenvolvimento desse sistema. Ao invés de investir em programação ou capital de risco para construir o sistema, as pessoas simplesmente compram um ETF de Bitcoin e assistem seu investimento crescer.
Embora reconheça que o preço do BTC como consequência disso provavelmente suba, Bianco teme que isso não gere valor sustentável. Ele defende que o preço deve subir porque algo valioso está sendo construído, não porque todos estão investindo em um punhado de ETFs.