O bitcoin (BTC) começou o dia em alta, superando a marca dos US$65.000 pela primeira vez desde 2021. Com isso, a criptomoeda primária se aproxima do seu recorde histórico em relação ao dólar americano, que fica em US$69.000.
O aumento do fluxo de entrada para ETFs spot de Bitcoin, a maior adoção institucional e o halving previsto para este ano estão contribuindo para a valorização.
Apesar do otimismo, o movimento brusco também gerou liquidações de US$246 milhões em operações alavancadas nas últimas 24 horas, segundo dados da Coinglass. Desse total, US$160 milhões correspondem a apostas na queda do preço (short positions) e US$86 milhões a apostas na alta (long positions).
Paralelamente à alta do Bitcoin, altcoins meme também registraram valorizações expressivas.
O destaque fica para o PEPE, que disparou 65% nas últimas 24 horas e acumula ganhos semanais superiores a 370%. O volume de negociação do PEPE atingiu a marca recorde de US$3,6 bilhões.
Mas o que esperar agora para a criptomoeda?
De acordo com o analista Ali Martinez, a negociação de mais de 500.000 BTC na faixa entre US$61.100 e US$61.800 criou uma importante zona de suporte para o bitcoin. O analista acredita que, se o preço se mantiver acima desse nível, a tendência é de alta, com a próxima resistência em US$65.900.
No entanto, o trader também alertou para possíveis correções. Caso o BTC rompa o suporte identificado, o preço pode cair para US$56.970 ou até mesmo US$51.500.
Além disso, Yuya Hasegawa, analista da exchange japonesa Bitbank, destaca a velocidade do rally como um indicativo de insustentabilidade.
“A entrada de dinheiro em ETFs spot de Bitcoin parece estar acelerando e superando os sinais técnicos”, afirma.
Além da volatilidade, o aumento do volume de negociação também preocupa o analista.
“O preço pode subir no curto prazo, mas logo ficará difícil continuar à medida que o mercado começa a ficar cauteloso”, alerta Hasegawa.
Dados da CryptoQuant apontam para lucros irreais se aproximando de níveis extremos. Segundo o analista da empresa Julio Moreno, esse indicador, atualmente em 32%, costuma sinalizar correção quando atinge 40%.
Outro ponto de atenção é o custo de abertura de novas posições compradas no mercado futuro, que historicamente antecede quedas no preço do bitcoin, de acordo com a CryptoQuant.
David Duong, da Coinbase, destaca os riscos sazonais do mês de março para os mercados financeiros tradicionais, que podem afetar também o mercado de criptomoedas.
“Março pode significar idas e vindas dentro de uma faixa estreita antes de vermos a próxima alta”, diz Duong.
Além disso, o analista da Bitbank, Yuya Hasegawa, menciona o vencimento do programa de financiamento de curto prazo do Fed em 11 de março e as preocupações em torno do New York Community Bancorp como possíveis fatores de movimentação de preço.
Apesar dos alertas, analistas ainda veem espaço para alta no curto prazo.
“A estrutura do Bitcoin para o ano permanece forte, com a demanda impulsionada por novos ETFs lançados”, afirma Duong.
O analista da Coinbase chega a admitir a possibilidade de o BTC atingir uma nova máxima histórica ainda no primeiro semestre de 2024.
É importante lembrar que a cripto número um apresenta histórico misto em março. Segundo a CoinGlass, o BTC caiu em seis dos últimos onze meses de março, mas obteve um retorno médio de 13% no período.