A Argentina é um país onde a inflação se tornou um problema crônico, com o Peso em declínio constante desde 2018. Enquanto alguns sugerem adotar o dólar americano como a moeda principal, uma ideia inovadora vem ganhando espaço – substituir os planos de dolarização pela adoção do Bitcoin.
Entretanto, a despeito de uma familiaridade crescente com criptomoedas, o setor ainda gera desconfiança. Pesquisas recentes destacam esse paradoxo na relação dos argentinos com os criptoativos.
Um estudo realizado pela Bitso, uma grande plataforma de negociação de criptomoedas da América Latina, revelou que 75% dos argentinos estão cientes das criptomoedas. Cerca de 34% disseram que “ouviram falar” delas, e 45% alegaram ter um entendimento claro do que são. Surpreendentemente, a consciência de criptomoedas é mais alta entre os jovens, com 90% das pessoas entre 16 e 29 anos afirmando ter conhecimento ou experiência em negociação de criptomoedas.
No entanto, uma parcela significativa dos argentinos permanece cética. De acordo com a pesquisa, 53% dos entrevistados manifestaram “pouca ou nenhuma confiança” nas criptomoedas, e apenas 8,5% disseram ter “total” ou “alto” grau de confiança no futuro das criptomoedas.
As razões dessa desconfiança, segundo a Bitso, podem ser atribuídas à volatilidade dos criptoativos e aos efeitos de um longo período de baixa no mercado. Uma pesquisa anterior, conduzida por ConsenSys e YouGov, confirmou esse sentimento, descobrindo que mais de 90% dos argentinos já ouviram falar de criptomoedas, mas poucos possuem ou negociaram moedas no passado.
Em meio a esse cenário de desconfiança e familiaridade crescente, os reguladores argentinos estão acelerando os planos para introduzir regulamentos mais rígidos no setor de criptomoedas.