O baixista do Nirvana, Krist Novoselic, mostrou-se favorável à utilização da inteligência artificial (IA) para dar vida a gravações demo não finalizadas do grupo. No entanto, ele destaca que é vital que as músicas mantenham sua autenticidade original. Em entrevista à NME, ele comentou sobre a incorporação da IA na edição de luxo do álbum “In Utero”, que celebrou seu 30º aniversário.
Esse projeto especial, lançado no dia 27 de outubro, apresentou versões remixadas das atuações da banda em Los Angeles e Seattle, além de seis gravações ao vivo inéditas de uma performance em Roma. Novoselic destacou como a IA ajudou na mixagem dessas faixas. Ele disse: “Com esta tecnologia, isolamos os instrumentos nas fitas de áudio dos shows e conseguimos um som impressionante.”
Além do Nirvana, os Beatles também aproveitaram o potencial da IA. Paul McCartney extraiu, com a ajuda da IA, os vocais de John Lennon de uma gravação demo para finalizar uma canção inédita que será lançada este ano. Esse mesmo processo técnico foi aplicado na série documental “The Beatles: Get Back”, lançada em 2021.
Em relação ao uso de IA para restaurar demos mais antigas do Nirvana, Novoselic mostrou-se otimista e pretende abordar o assunto com outros membros da banda, como Dave Grohl e Pat Smear. Ele suspeita que há gravações não lançadas que poderiam ser aprimoradas com essa tecnologia.
Contudo, ele ressaltou a importância de preservar a identidade da banda, especialmente devido à ausência de Kurt Cobain, que morreu em 1994. Ele também mencionou os desafios associados aos direitos autorais e à desinformação ao utilizar a IA nesse contexto.
Dave Grohl, por outro lado, mencionou em 2021 que ainda se reúne com Novoselic e Smear, criando novas faixas instrumentais durante suas sessões musicais.