No dia 6 de maio, o presidente do Banco Nacional da Suíça (SNB), Martin Schlegel, reiterou a posição da instituição contra o uso de criptomoedas, como o Bitcoin, como parte das reservas oficiais. A razão central para a exclusão desses ativos digitais continua sendo sua extrema instabilidade no mercado.
Durante uma conferência recente, Schlegel deixou claro que, embora o debate sobre a adoção de ativos digitais nas reservas nacionais esteja ganhando força em vários países, a Suíça mantém uma postura cautelosa. Segundo ele, a volatilidade elevada e a incerteza quanto à liquidez das criptos em situações de crise tornam esses ativos inadequados para esse tipo de finalidade. “Criptomoedas não são adequadas no momento”, afirmou o presidente do SNB, ressaltando o risco que representam para a estabilidade monetária.
Essa declaração acontece em meio a discussões globais sobre o papel das criptomoedas nos sistemas financeiros tradicionais. A decisão do SNB fortalece a tendência observada entre bancos centrais que evitam incluir criptoativos em suas reservas. O Banco Central Europeu, por exemplo, já havia expressado posição semelhante anteriormente, refletindo um padrão de prudência institucional quanto ao tema.
A reação do mercado não demorou. Especialistas e entusiastas da tecnologia blockchain avaliaram o posicionamento do SNB como conservador demais. Um dos principais críticos foi Luzius Meisser, conhecido defensor do Bitcoin, que lamentou a decisão e defendeu o reconhecimento do potencial transformador da criptomoeda como reserva de valor a longo prazo.
Enquanto isso, o próprio desempenho do Bitcoin nos mercados segue sendo acompanhado com atenção. De acordo com dados mais recentes do CoinMarketCap, a moeda digital está cotada a US$ 94.439,13, com uma capitalização de mercado superior a US$ 1,87 trilhão, representando 63,91% de dominância do mercado. Apesar de uma leve queda de 0,26% nas últimas 24 horas, o BTC acumulou uma valorização de 13,68% nos últimos 30 dias, refletindo a recuperação do otimismo dos investidores.
Estudos da Coincu apontam que, diante de discussões regulatórias em curso, a forma como as criptomoedas são percebidas por instituições ainda pode mudar, especialmente se a oscilação de preços for contida por estruturas mais robustas. Contudo, por ora, o consenso entre os bancos centrais parece inclinar-se para a cautela, com o caso suíço servindo como mais um exemplo dessa prudência internacional diante dos ativos digitais.