De acordo com Fabio Araujo, responsável pelo projeto do Real digital no Banco Central, a tecnologia por trás da CBDC brasileira está sendo inspirada pelo Ethereum, blockchain que concentra mais de 2.500 aplicações de finanças descentralizadas.
O Ethereum deve contribuir como conceito para se criar um ecossistema de contratos inteligentes no país, baseado na futura moeda digital brasileira.
A declaração foi dada durante uma entrevista de Fabio Araujo ao portal de notícias Valor Econômico na última segunda-feira (9).
Sistema de Pagamento Digital
Segundo a matéria, um novo sistema de compensação de transações financeiras e de transferência de ativos deverá ser criado para a digitalização do Real.
Essas transações e transferências, com o sistema disponível atualmente, ocorrem de forma separada. No entanto, com a tecnologia blockchain será possível fazê-las simultaneamente.
Com o novo sistema proposto, será possível fazer a liquidação de um ativo financeiro contra pagamento em real. Porém, ambos os ativos da transação precisam ser tokens. Hoje a compensação financeira acontece no Sistema de Transferência de Reservas (STR) do Banco Central (BC).
“Precisamos fazer o Sistema de Pagamento Digital, que será a plataforma do real digital, e que vai ter um funcionamento integrado com o que já existe”, disse Fabio Araujo.
Embora esteja se inspirando no Ethereum para construir esse novo sistema, a rede brasileira deverá ser fechada e não pública como a rede da segunda maior criptomoeda do mercado. Nesse sentido, o acesso só será permissionado aos participantes do sistema.
A princípio, esse blockchain particular não deve ter desenvolvimento direto do Banco Central. Assim, uma licitação deve ser aberta para contratar uma empresa para executar o projeto.
Robôs fazendo compra
De acordo com o diretor de Inovação da Federação das Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac), o novo sistema vai usar o conceito da autenticação por contexto.
Nesse formato, a validação da identidade do usuário vai levar em conta o ambiente em que ele se encontra. Assim, mesmo um robô, como a Alexa, será capaz de funcionar como iniciador de pagamento para compras.