Recentemente, surgiram alegações de que a Binance, uma das maiores exchanges de criptomoedas, teria bloqueado todas as contas palestinas a pedido das Forças de Defesa de Israel (IDF), no contexto do crescente conflito entre Israel e Palestina. No entanto, a empresa refutou essas alegações, esclarecendo que apenas um pequeno número de contas envolvidas em atividades ilegais foram afetadas.
Richard Teng, CEO da Binance, foi enfático ao desmentir os relatos de que a exchange tenha cumprido ordens israelenses para congelar todas as contas palestinas. Segundo Teng, as ações da Binance se limitaram a bloquear contas associadas a práticas ilícitas, em conformidade com as leis internacionais para combater a lavagem de dinheiro.
Essas alegações foram inicialmente levantadas por Ray Youssef, CEO da NoOnes, que criticou a segurança da Binance e acusou a exchange de confiscar fundos de clientes palestinos. Youssef afirmou que a Binance estaria retendo esses fundos sob a alegação de conexão com uma organização terrorista em Gaza e expressou preocupações sobre a possibilidade de outras exchanges centralizadas sofrerem intervenções governamentais semelhantes.
Apesar das controvérsias, a Binance continuou a enfrentar desafios em termos de volume de negociação. A exchange dominava cerca de 44% do mercado de exchanges centralizadas até o mês passado, mas os dados da CoinGecko mostram uma queda de 23% no volume de negociação à vista desde então.
Em resposta às preocupações, Yi He, cofundadora e diretora de atendimento ao cliente da Binance, confirmou que palestinos continuam podendo usar a plataforma e realizar saques sem restrições. Ela explicou que apenas cerca de cem contas, associadas a atividades financeiras ilícitas, foram bloqueadas.
Simon Dixon, investidor de Bitcoin, comentou que a Binance parece estar operando quase como um banco, citando um acordo recente da empresa com o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), que resultou na nomeação de uma equipe de conformidade para supervisionar suas operações. Dixon também sugeriu que o alinhamento de Israel com políticos dos EUA pode estar influenciando a situação e mencionou a repressão ao Telegram na França como parte de uma agenda anti-palestina.
Enquanto isso, o conflito na Cisjordânia se intensifica, com o exército israelense realizando uma operação em Jenin e outras cidades, resultando na morte de pelo menos nove pessoas.
