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Binance surpreende investidores e ativa todos os serviços em país pós-guerra

Binance surpreende investidores e ativa todos os serviços em país pós-guerra

A Binance anunciou oficialmente sua entrada no mercado sírio, oferecendo todos os seus principais serviços de criptomoedas no país. A movimentação acontece logo após os Estados Unidos e a União Europeia removerem importantes sanções econômicas que, por anos, restringiram as operações financeiras internacionais na região.

A liberação das sanções criou uma oportunidade legal inédita — embora temporária — para empresas globais operarem na economia síria, que ainda enfrenta enormes desafios após anos de guerra civil e a queda do regime de Bashar al-Assad, em dezembro de 2024. Desde então, o país vem passando por um processo de reconstrução sob uma liderança de transição, encabeçada pelo grupo HTS (Hay’at Tahrir al-Sham), que assumiu o governo prometendo reformas democráticas e a reabertura do país ao mercado global.

No dia 23 de maio de 2025, os Estados Unidos anunciaram a suspensão de boa parte das restrições impostas anteriormente, incluindo uma dispensa provisória de 180 dias dentro do escopo da Lei César. Essa medida autorizou transações financeiras legais com o Banco Central da Síria e outras instituições. Poucos dias depois, em 28 de maio, a União Europeia seguiu a mesma direção, retirando a maior parte das suas sanções econômicas, em um esforço para apoiar o processo de reconstrução sírio.

A resposta da Binance foi ágil e estratégica. A partir de 12 de junho de 2025, a população síria passou a ter acesso total a praticamente todos os produtos que a corretora oferece no restante do mundo. Isso inclui negociações no mercado à vista (spot) com mais de 300 criptomoedas, como Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), BNB, XRP, SHIB, DOGE, TON e Bitcoin Cash (BCH), além da possibilidade de operar no mercado de futuros, algo até então inacessível no país.

Entre as novidades, a plataforma Peer-to-Peer (P2P) da Binance agora aceita diretamente a libra síria (SYP), permitindo que usuários comprem e vendam criptomoedas utilizando sua moeda local, eliminando a necessidade de intermediários ou conversões cambiais. Para incentivar o uso inicial, a empresa lançou uma campanha de isenção total de taxas em negociações P2P com SYP, válida de 16 de junho a 12 de julho de 2025.

A corretora também trouxe para o país seus programas de rendimento (“Earn”), oferecendo alternativas de geração de renda passiva em um cenário onde os bancos tradicionais estão falidos, inoperantes ou simplesmente inexistentes. Outra funcionalidade que promete ter forte impacto é o Binance Pay, que permitirá que os mais de 13 milhões de sírios que vivem no exterior enviem dinheiro para suas famílias de forma ágil e com taxas significativamente menores do que as praticadas pelos métodos tradicionais de remessa.

Além dos serviços financeiros, a Binance também lançou uma série de conteúdos educativos em árabe, com o objetivo de promover a alfabetização financeira e capacitar a população local — muitos deles tendo contato com ativos digitais pela primeira vez.

Porém, a expansão agressiva da exchange no país reacende debates e preocupações. Especialistas questionam se essa movimentação representa de fato uma solução para fortalecer economias frágeis e em reconstrução ou se, na prática, transfere o controle financeiro para corporações privadas, criando uma nova dependência econômica, desta vez digital.

Apesar disso, a Binance ressalta que adota os mesmos protocolos de conformidade aplicados em todos os países onde opera. Segundo a empresa, todo usuário sírio deverá obrigatoriamente passar por processos rigorosos de verificação de identidade (KYC) antes de utilizar a plataforma, como forma de prevenir crimes financeiros, lavagem de dinheiro, financiamento ao terrorismo e fraudes.

A chegada da Binance na Síria reflete não só o crescimento da demanda por ferramentas financeiras alternativas em regiões pós-conflito, mas também a carência extrema de soluções tradicionais. Com o sistema bancário local profundamente comprometido e com inflação corroendo o valor da libra síria, as criptomoedas acabam surgindo como uma das poucas opções viáveis para transações domésticas e internacionais.

O caso sírio também evidencia uma discussão mais ampla: em um cenário onde governos ficam temporariamente enfraquecidos, até que ponto empresas privadas devem — ou podem — assumir papéis centrais na reconstrução econômica de uma nação?

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