Novas informações apontam que a Binance teve envolvimento direto no desenvolvimento do stablecoin USD1, criado pela World Liberty Financial (WLF), uma empresa de criptoativos associada ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus filhos.
Fontes consultadas pela Bloomberg revelaram que a exchange não apenas colaborou na construção da base de código do token, como também esteve engajada em sua divulgação e participou da maior movimentação registrada com o ativo.
Um episódio-chave ocorreu em 12 de março, quando a empresa de investimentos MGX, sediada em Abu Dhabi, anunciou um aporte de US$ 2 bilhões na Binance. Posteriormente, foi confirmado que essa operação foi realizada em USD1. Eric Trump, em declaração feita em maio, indicou que o token seria utilizado como mecanismo de liquidação. Até o momento, quase 90% do montante em USD1 permanece em carteiras vinculadas à Binance, o que pode representar uma fonte considerável de receita com juros para a empresa ligada à família Trump.
A proximidade entre a Binance e um projeto com claras conexões políticas levantou preocupações a respeito de possíveis conflitos de interesse, além de acender o alerta sobre impactos regulatórios, especialmente diante do histórico judicial de Changpeng Zhao, fundador da exchange, e seu alegado esforço para obter um indulto presidencial de Trump.
No cenário legislativo, o Congresso dos EUA está prestes a deliberar sobre o GENIUS Act, projeto que visa estabelecer regras específicas para stablecoins. A proposta já obteve aprovação no Senado e conta com o respaldo da administração Trump, que se comprometeu a sancioná-la rapidamente caso passe também pela Câmara.
À medida que as ligações financeiras entre o círculo de Trump e o setor de criptoativos se estreitam — indo de memecoins a moedas estáveis —, cresce a complexidade das negociações bipartidárias, num momento em que o mercado aguarda definições regulatórias mais claras.