No dia 11 de novembro, o preço do Bitcoin atingiu um valor recorde de US$ 88.000, despertando especulações sobre o futuro da criptomoeda e projeções ambiciosas para um possível valor de mercado de até US$ 1 milhão. Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise Asset Management, afirma que essa alta pode ser apenas o começo de uma trajetória de crescimento impulsionada por fatores estruturais do mercado, como a oferta limitada e o interesse crescente de investidores institucionais.
De acordo com Hougan, o preço atual reflete uma mudança na postura dos detentores de Bitcoin, que demonstram maior resistência em vender suas posições. Com a quantidade de Bitcoin disponível cada vez menor, a demanda acaba elevando os preços. Ele observa ainda que o recente halving — um evento que reduz pela metade a emissão de novos bitcoins — contribuiu para intensificar essa escassez. Essa situação de “choque de oferta” já foi registrada em outros ciclos de alta, especialmente após os halvings de 2020, 2016 e 2012, momentos em que a redução da oferta impulsionou as cotações.
Outro fator que tem impulsionado o Bitcoin é a introdução de ETFs (Exchange-Traded Funds) de Bitcoin, que permite o acesso de investidores institucionais ao mercado de forma regulada. O volume de negociações dos ETFs de Bitcoin chegou a US$ 6,9 bilhões no dia 11 de novembro, evidenciando a alta procura. Além disso, a plataforma Polymarket, especializada em previsões, registrou um aumento nas apostas sobre o futuro valor do Bitcoin, com muitas estimativas de que ele atingirá US$ 100.000 até o final do ano. Nesse contexto, as probabilidades de o Bitcoin ultrapassar esse valor já alcançam 57%, com um volume total de negociações que supera US$ 2,6 milhões.
Para Hougan, as condições macroeconômicas também são favoráveis para o Bitcoin, com bancos centrais, como o Federal Reserve e o Banco Central Europeu, sinalizando possíveis cortes nas taxas de juros no futuro, o que pode aumentar a inflação. Além disso, incentivos econômicos na China reforçam um ambiente propício ao aumento de preço. A recente eleição de Donald Trump nos Estados Unidos também foi vista com otimismo por muitos entusiastas do Bitcoin, que veem nele um potencial aliado para políticas mais favoráveis à criptomoeda.
Max Keiser, conselheiro sênior de Bitcoin para o governo de El Salvador, também acredita que o atual cenário geopolítico favorece o ativo digital. Ele sugere que alguns países do Oriente Médio, e até mesmo o próprio governo Trump, podem estar cogitando grandes aquisições de Bitcoin. Apesar dessas alegações ainda serem especulativas, elas representam uma possível ampliação da adoção do Bitcoin em nível global.