No início do pregão europeu, o Bitcoin superou a marca de $61.000, apesar da volatilidade ainda afetar fortemente os mercados. De acordo com dados da CoinGecko, o preço da criptomoeda estabilizou em torno de $60.860 após uma valorização de 5% nas últimas 24 horas.
O Índice de Volatilidade do Bitcoin, que avalia as oscilações da criptomoeda em dólares americanos, está atualmente em 3,07%. No dia 10 de agosto, um dia após o Bitcoin cair abaixo de $54.000, esse índice atingiu seu pico anual de 3,25%, mas desde então vem recuando lentamente.
Mesmo com os sinais de recuperação, o ambiente de incerteza continua presente entre os investidores. Nathan Gauvin, CEO da Gray Digital, destacou à Decrypt que a atual volatilidade do mercado é intensificada pelas condições econômicas globais, onde o crescimento desacelerado e os temores de recessão elevam a cautela dos investidores. Gauvin acrescentou que, embora cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve possam trazer algum alívio, o sentimento de mercado permanece hesitante, refletido pelos volumes de negociação instáveis e pelo desempenho variado das principais criptomoedas.
A próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve para decidir sobre as taxas de juros está marcada para 18 de setembro. Embora as expectativas do mercado indiquem um corte nas taxas, conforme mostra a ferramenta CME FedWatch, a reação positiva pode ser limitada. Muitos investidores preferem adotar uma postura de espera até que o cenário pós-eleitoral se torne mais claro, o que, segundo Gauvin, restringe a capacidade do mercado cripto de aproveitar desenvolvimentos macroeconômicos favoráveis.
Apesar desse cenário de cautela, há uma perspectiva otimista entre os traders para o final do ano. Jamie Coutts, analista-chefe de criptomoedas da Real Vision, mencionou que há sinais de melhora na liquidez global. Nos últimos 30 dias, o Banco do Japão e o Banco Popular da China injetaram, respectivamente, $400 bilhões e $97 bilhões em liquidez nos mercados.
Coutts também observou que a base monetária global, que inclui crédito, cresceu $1,2 trilhão, com a queda acentuada do dólar americano contribuindo significativamente. Segundo ele, essa expansão parece ter o consentimento do Federal Reserve. Ele ainda destacou que o ouro tem alcançado novos recordes históricos, embora a correlação entre o Bitcoin e o ouro tenha enfraquecido consideravelmente desde o início do ano.
Para Coutts, o Bitcoin tem demonstrado uma performance lenta desde a liquidação dos carregamentos em ienes, mas ele acredita que, a menos que ocorra um evento geopolítico de grande impacto, o Bitcoin tende a superar outras classes de ativos.
