Em meio a um período de estagnação no mercado de criptomoedas, o Bitcoin apresenta sinais promissores que podem levá-lo a alcançar a marca histórica de US$ 100 mil até o final do ano, segundo análise de Noelle Acheson, especialista em criptomoedas, em sua newsletter “Crypto is Macro”. Ela baseia essa tese em um comparativo com o período pós-halving de 2020, quando o BTC registrou uma impressionante alta de 270% entre agosto e dezembro daquele ano. Desta vez, no entanto, seria necessária uma valorização de “apenas” 70% para atingir a meta.
Acheson ressalta, entretanto, que o contexto atual difere significativamente do cenário de 2020. Naquele ano, o mercado foi impulsionado por um afrouxamento monetário sem precedentes, enquanto em 2024, mesmo com possíveis cortes nas taxas de juros, o impacto líquido nas entradas de capital será menos expressivo. Além disso, há uma incerteza política acentuada, acompanhada por uma distração global em torno da inteligência artificial.
Apesar dessas diferenças, a analista identifica fatores que podem favorecer a valorização do Bitcoin. Ela menciona novas formas de entrada de capital no mercado, uma conscientização crescente sobre a criptomoeda, a possibilidade de um cenário político mais favorável nos EUA, com candidatos que apoiam o setor, e preocupações crescentes com a dívida pública e a emissão de moeda, tanto nos EUA quanto em outros países.
Embora Acheson não afirme categoricamente que o Bitcoin atingirá a marca de US$ 100 mil, ela sugere que o objetivo é plausível, dada a necessidade de um aumento relativamente modesto de 70% em relação ao valor atual. Segundo seus cálculos, para que isso aconteça, o BTC precisaria registrar um crescimento diário de aproximadamente 0,45% nos próximos 120 dias. Ela pondera que cortes nas taxas de juros e mudanças políticas poderiam influenciar positivamente esse cenário.
A visão de que o Bitcoin pode alcançar os US$ 100 mil ainda em 2024 é compartilhada por Arthur Hayes, cofundador da exchange BitMEX. Em um post de blog publicado em 13 de agosto, Hayes afirmou que a “próxima parada do Bitcoin” seria justamente essa marca. Ele atribui essa previsão à combinação de um rali no Bitcoin e no Ether, impulsionado pela liquidez do dólar no final do ano. Hayes sugere que o Tesouro dos EUA, sob a liderança da secretária Janet Yellen, injetará uma quantidade significativa de liquidez no sistema financeiro para fortalecer a economia antes das eleições presidenciais, favorecendo o cenário para a valorização do Bitcoin.
Segundo Hayes, essa injeção de liquidez será uma notícia positiva para o Bitcoin, que historicamente se beneficia de aumentos na liquidez do mercado. Assim, tanto Acheson quanto Hayes convergem na possibilidade de que o BTC possa alcançar US$ 100 mil, embora com diferentes perspectivas sobre os fatores que impulsionarão essa alta.