Nesta terça-feira, 5 de dezembro, o mercado de criptomoedas foi abalado por uma queda abrupta no preço do Bitcoin, que despencou 5,47% em questão de minutos. O ativo digital chegou a ser negociado abaixo de $93.000, marcando um recuo significativo após o marco histórico alcançado no dia anterior, quando ultrapassou a barreira dos $100.000 pela primeira vez.
Esse movimento repentino no mercado gerou uma onda de liquidações, afetando de forma drástica os investidores em posições compradas. Segundo dados do CoinGlass, somente na primeira hora após a queda, as liquidações de posições longas ultrapassaram $303 milhões. Esse número contribuiu para um total de $404 milhões em liquidações acumuladas nas últimas 24 horas.
Apesar do impacto inicial, o preço do Bitcoin começou a mostrar sinais de recuperação. No momento desta publicação, a moeda digital estava sendo negociada a $96.624, de acordo com informações da TradingView.
Esse episódio destaca a volatilidade característica do mercado de criptomoedas, onde grandes movimentações de preço podem ocorrer em intervalos curtos, afetando significativamente tanto investidores individuais quanto instituições financeiras.
Bitcoin: Reserva de Valor ou Alternativa ao Ouro?
Durante o DealBook Summit realizado em 4 de dezembro, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, trouxe à tona uma análise intrigante sobre o papel do Bitcoin (BTC) no cenário financeiro atual. Powell destacou que a criptomoeda tem se aproximado mais de uma função semelhante à do ouro, em vez de rivalizar com o dólar americano como moeda convencional.
Em sua fala, Powell reforçou a ideia de que o Bitcoin não compete com o dólar, mas se posiciona como uma alternativa ao ouro, servindo como um ativo especulativo e potencial reserva de valor. “Não é um competidor do dólar. É, de fato, um competidor do ouro”, afirmou.
Recentemente, o Bitcoin ultrapassou o valor da prata, atingindo a marca de US$ 102 mil. No entanto, mesmo com essa valorização, ele ainda está longe de se equiparar ao ouro, cujo mercado é avaliado em impressionantes US$ 18 trilhões. Isso reforça a percepção de Powell sobre o Bitcoin ser um ativo mais especulativo do que consolidado.
O contexto das declarações de Powell coincide com as expectativas sobre a postura do governo Trump em relação às criptomoedas. Durante sua campanha, o ex-presidente demonstrou apoio ao setor, aceitando doações em Bitcoin, Ethereum (ETH), Dogecoin (DOGE) e Solana (SOL). Trump também propôs a criação de uma reserva nacional de Bitcoin e enfatizou, em conferências como a de julho sobre criptomoedas, a necessidade de os Estados Unidos liderarem a corrida tecnológica no setor, sob o risco de ficarem para trás de nações como a China.
Essas propostas indicam uma possível era de maior aceitação regulatória para os ativos digitais, o que contrasta com a postura atual do Federal Reserve. Powell deixou claro que o banco central não considera que seja sua responsabilidade regular o mercado de criptomoedas.