A recente alta no preço do Bitcoin, que disparou quase 6%, foi impulsionada pela publicação de um relatório pela BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo. Esse relatório destacou o potencial da criptomoeda como uma proteção contra riscos monetários e geopolíticos, colocando o ativo digital sob uma nova perspectiva para os investidores.
O documento, intitulado de white paper pela BlackRock, descreve o Bitcoin como um “diversificador único”, desconectado dos riscos tradicionais que afetam os mercados financeiros e geopolíticos. Eric Balchunas, analista sênior de ETFs da Bloomberg, foi quem trouxe o relatório à tona em uma postagem na plataforma X (antigo Twitter) em 18 de setembro, divulgando o material pouco tempo depois de o preço do Bitcoin ter atingido seu ponto mais baixo no dia.
O movimento de alta no preço começou pouco antes da divulgação da postagem de Balchunas, às 16h21 UTC, quando o Bitcoin subiu de US$ 59.354, sua mínima do dia, até alcançar temporariamente US$ 62.600, o que não acontecia há mais de três semanas, segundo dados da Cointelegraph.
A alta de quase 6% chamou a atenção de analistas que preveem que o Bitcoin possa chegar a US$ 92.000 nos próximos três meses, se baseando em padrões históricos e no desempenho médio da criptomoeda no último trimestre do ano. Esse otimismo, segundo os especialistas, pode levar a um rali expressivo já a partir de outubro.
No relatório da BlackRock, foram ressaltadas as características do Bitcoin que o tornam atrativo em meio a crises monetárias e geopolíticas. A gestora destacou que a natureza descentralizada e sem permissões da criptomoeda a torna o primeiro “sistema monetário verdadeiramente aberto” no mundo, além de não apresentar os riscos tradicionais de contraparte, ou seja, não depender de sistemas centralizados para funcionar.
A BlackRock enfatizou ainda que essas qualidades permitem que o Bitcoin se mantenha relativamente isolado de fatores macroeconômicos críticos, como crises bancárias, crises de dívida soberana, desvalorização de moedas e tensões geopolíticas. Para reforçar essa ideia, o relatório trouxe um gráfico que compara o desempenho do Bitcoin com o do S&P 500 e do ouro durante eventos geopolíticos significativos, evidenciando que a criptomoeda superou ambos em termos de retorno.
O white paper também sugere que a adoção do Bitcoin a longo prazo será diretamente influenciada pelo nível de preocupação com a instabilidade monetária global e os conflitos geopolíticos. A BlackRock argumenta que fatores como a sustentabilidade fiscal dos Estados Unidos e a estabilidade política no país terão um papel crucial no ritmo de aceitação da criptomoeda.
Vale destacar que a BlackRock é a emissora dos maiores fundos de índice (ETF) de Bitcoin do mundo, com mais de US$ 21,4 bilhões em BTC sob gestão. Isso representa mais de 38% do mercado de ETFs de Bitcoin, de acordo com dados da plataforma Dune.
Essas análises e dados apresentados pela BlackRock reforçam a visão de que o Bitcoin, além de ser uma criptomoeda, está se consolidando como uma ferramenta essencial para investidores que buscam proteção diante das incertezas econômicas e políticas globais.