O Bitcoin (BTC) segue sendo negociado acima da marca de US$ 105 mil, mesmo com indicadores sugerindo que a criptomoeda está atualmente valorizada além do que os investidores, em média, pagaram por ela. O índice Distribution by Realized Supply — que compara o preço atual com os preços realizados pelos detentores de BTC — reforça essa percepção de sobrevalorização.
No entanto, a atenção do mercado está completamente voltada para os pontos de alta liquidez mapeados nas últimas 24 horas. A análise da heatmap de liquidação revelou a presença de grandes volumes alavancados justamente em torno dos preços atuais. Regiões críticas de liquidação se formaram acima de US$ 108.800 e abaixo de US$ 107.100, o que cria uma zona de tensão para o preço do ativo.
Uma movimentação brusca acima da resistência em US$ 108.800 pode disparar uma série de liquidações em posições vendidas (shorts), levando a uma pressão compradora acelerada e potencialmente elevando o Bitcoin a novas máximas históricas. Por outro lado, uma queda abaixo de US$ 107.100 poderá desencadear a liquidação de posições compradas (longs), intensificando a pressão de venda e forçando o preço ainda mais para baixo.
Dentro desse cenário de incerteza, a Aguila Trades, identificada pelo Onchain Lens, decidiu reentrar no mercado com uma posição vendida alavancada em 20x, logo após o BTC romper brevemente abaixo de US$ 108 mil. Trata-se de uma aposta agressiva em uma queda de preço. Caso o Bitcoin supere os US$ 108.800, essa posição poderá ser severamente penalizada. Entretanto, uma reversão que empurre o ativo para baixo de US$ 107.100 validaria a estratégia de Aguila e poderia resultar em lucros consideráveis, desde que a posição esteja protegida e ativa.
O mercado de curto prazo está fortemente influenciado por zonas de liquidez onde há aglomerações de ordens. Esses aglomerados indicam áreas prováveis de caça a liquidações, podendo moldar os próximos movimentos do preço. Com isso, os traders devem ficar atentos à chamada “guerra de alavancagens” em andamento.
Para os analistas técnicos, a chave para um novo rali reside em um fechamento semanal acima de US$ 110 mil. Isso poderia servir como um gatilho para levar o BTC à extensão de Fibonacci em torno de US$ 135.500, ainda no terceiro trimestre. Há precedentes históricos para essa tese: no quarto trimestre de 2024, o Bitcoin ganhou força após fechar uma semana acima dos US$ 75 mil, nível que mais tarde foi testado novamente próximo de US$ 76 mil já em 2025.
Se essa estrutura técnica se repetir, uma consolidação sólida acima de US$ 107.720 poderá ser o empurrão necessário para romper a barreira dos US$ 110 mil e mirar a região dos US$ 130 mil. No entanto, uma nova rejeição nesse patamar poderia empurrar o preço de volta para a faixa entre US$ 92 mil e US$ 95 mil, prolongando uma fase de consolidação e desacelerando o ímpeto de alta.
Vale ressaltar que o gráfico de preço recente mostra um padrão de escada com rompimentos e retestes consecutivos — um sinal tipicamente associado à força compradora e tendência de alta sustentada. Contudo, caso o ativo atinja novos topos sem conseguir fechar uma semana acima de US$ 107 mil, esse padrão pode se esvaziar, frustrando expectativas de continuação da alta no curto prazo.
À medida que o terceiro trimestre se desenrola, o comportamento do Bitcoin em torno dessas zonas críticas poderá definir não apenas seu próximo grande movimento, mas também a sustentabilidade de seu ciclo altista.