A situação judicial envolvendo Sam Bankman-Fried, ex-líder da FTX, ganhou novos contornos com informações até então desconhecidas vindo à tona.
Caroline Ellison, anteriormente no comando da Alameda, foi a fonte de grande parte destas informações, graças a uma gravação de uma conversa que teve em Hong Kong em 9 de novembro de 2022. A interação ocorreu com vários funcionários da Alameda, pouco antes da crise na FTX.
Ellison compartilhou naquela reunião que, por um período significativo, a Alameda havia estado em débito com a FTX, solicitando empréstimos repetidamente. Estes fundos foram direcionados a investimentos que, por sua vez, não deram retorno. A instabilidade do mercado fez com que a FTX enfrentasse desequilíbrios financeiros.
Ela detalhou: “Com a instabilidade no mercado e os rumores circulando, houve uma corrida dos usuários querendo retirar seus recursos da FTX”. A empresa, em uma tentativa de lidar com a situação, interrompeu temporariamente as retiradas. No entanto, não demorou muito para a plataforma enfrentar dificuldades.
Em um ponto da reunião, ao ser questionada sobre possíveis soluções para o déficit, Ellison mencionou um plano para buscar mais financiamento. Reconhecendo as dificuldades após a crise, ela disse: “Havia uma esperança de que o cenário melhorasse, para então buscarmos mais capital”.
A perspectiva de Ellison sobre a solução levantou preocupações. Christian Drappi, que era engenheiro de software na Alameda, expressou sua surpresa durante o julgamento. Ele destacou que não estava ciente de que a FTX dependeria de capital externo para corrigir erros internos.