O BRICS está passando por um período de divergências em relação ao processo de expansão. Enquanto China e Rússia defendem uma ampliação rápida do grupo, Índia, Brasil e África do Sul preferem um ritmo mais gradual.
Em 2024, o BRICS convidou seis novos países a se juntarem ao bloco. Até o momento, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia aceitaram o convite, enquanto a Argentina declinou e Arábia Saudita ainda não tomou uma decisão.
Para Pequim e Moscou, a expansão é vista como uma forma de fortalecer o BRICS economicamente e desafiar a influência dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais. No entanto, essa estratégia encontra resistência dentro do próprio bloco.
Índia, Brasil e África do Sul temem que uma ampliação acelerada possa comprometer a eficácia das políticas e acordos comerciais do grupo. Além disso, Nova Delhi é particularmente cética em relação às intenções da China, acreditando que o país está utilizando o BRICS para promover seus próprios interesses geopolíticos.
A Índia também suspeita que a Rússia esteja buscando utilizar o bloco como retaliação às sanções impostas pelos Estados Unidos. Para o país asiático, a expansão de 2024 seria uma fachada para planos mais ambiciosos de Moscou e Pequim.
Em busca de um equilíbrio, a Índia propõe um intervalo de cinco anos antes de admitir novos membros, argumentando que esse período é necessário para consolidar a participação dos países recém-integrados.