No julgamento de Sam Bankman-Fried, Adam Yedidia, um antigo desenvolvedor da FTX, fez revelações surpreendentes ao testemunhar contra ele. A relação deles remonta aos tempos em que eram colegas de quarto no MIT. Posteriormente, Yedidia uniu-se à Alameda Research e, em janeiro de 2021, começou a trabalhar para a FTX. Entre 2021 e 2022, ele e Bankman-Fried compartilharam um luxuoso apartamento de cobertura nas Bahamas, avaliado em US$ 35 milhões, com mais sete pessoas.
No entanto, essa relação começou a se desgastar em novembro de 2022. Yedidia alegou que a FTX estava usando indevidamente os depósitos dos clientes para liquidar dívidas. Após essa descoberta, ele decidiu sair da empresa.
O que torna o depoimento de Yedidia singular é que ele não enfrenta acusações, ao contrário de outros associados de Bankman-Fried, como Nishad Singh e Caroline Ellison. Yedidia decidiu se pronunciar depois de obter imunidade do governo, o que o protege de ser processado com base no que dissesse. Ele expressou sua preocupação de que seu trabalho na FTX pudesse ter inadvertidamente ajudado em atividades ilícitas.
Além disso, Yedidia mencionou que alguns investidores institucionais dos EUA estavam operando na FTX.com por meio de entidades offshore, uma informação que parece ter implicações legais para o caso em andamento.
Antes de Yedidia, um cliente da FTX, Marc Antoine Julliard, compartilhou sua experiência com a plataforma. Durante seu depoimento, ele concordou com a afirmação do advogado de defesa Mark Cohen sobre os riscos inerentes à volatilidade das moedas digitais. No entanto, ele acrescentou que, apesar de saber dos riscos de preço, nunca pensou que a FTX poderia ser um risco em si.
Antes desses depoimentos, o início do julgamento foi marcado pela seleção dos membros do júri, que contou com profissionais de diferentes áreas, como enfermagem pediátrica e operação de trens.