Michael Saylor, da MicroStrategy, apresentou um novo framework para a implementação de ativos digitais nos Estados Unidos, que promete impulsionar o crescimento do setor, com a adoção de criptomoedas atingindo níveis recordes. Embora o mercado tenha mostrado um ciclo de alta recente, com projeções otimistas, as correções nos preços ainda representam um desafio para a continuidade desse movimento.
Em um documento recente, Saylor apresentou uma taxonomia de ativos digitais, além de definir direitos e responsabilidades para os participantes do setor. O foco está na expansão da atividade nos Estados Unidos, com o objetivo de tornar o país um líder global em criptomoedas e blockchain. A proposta surge no contexto das eleições presidenciais de novembro, quando o presidente eleito, Donald Trump, reafirmou seu compromisso com a liderança dos EUA em blockchain, Bitcoin e inteligência artificial.
De acordo com o documento, a maior participação dos EUA no mercado de criptomoedas fortalecerá sua posição e trará novos fluxos de capital. Estima-se que o mercado total de ativos digitais cresça de $2 trilhões para impressionantes $280 trilhões, com investidores dos EUA dominando esse cenário.
Saylor também indicou que esse crescimento poderia ajudar a fortalecer o dólar e reduzir a dívida nacional. Após a vitória de Trump, investidores institucionais injetaram grandes quantidades de capital no mercado, fazendo com que o valor de mercado das criptomoedas ultrapassasse $3 trilhões. Com isso, o preço do Bitcoin superou a marca de $90K, chegando a alcançar $107K à medida que a demanda aumentava.
Apesar das pressões de venda no mercado, os investidores se mantiveram otimistas, com expectativa de que regulamentações favoráveis ao mercado, especialmente sob o controle republicano nas duas casas do Congresso, acelerassem a adoção global. O ponto central dessa aceleração seria uma reserva estratégica de Bitcoin, que deve atrair mais compradores e ajudar na redução da dívida do país.
A senadora Cynthia Lummis propôs um projeto de lei que permitiria ao governo dos EUA adquirir 1 milhão de BTC por ano, com a intenção de manter esses ativos por pelo menos 20 anos. A proposta prevê que as reservas de ouro do país sejam usadas para financiar essas compras de Bitcoin. Saylor também observou que o crescimento do mercado digital, mesmo sem a presença de Bitcoin, ainda assim trará significativos influxos de capital.
Apesar da mudança positiva nos sentimentos em relação às criptomoedas após o avanço de propostas legislativas favoráveis, ainda há muito trabalho a ser feito para alinhar os EUA com outras jurisdições no que diz respeito à regulamentação do setor. No documento, Saylor defende a criação de um framework claro para emissores, proprietários e exchanges de criptomoedas, de modo a evitar os numerosos processos judiciais que ocorreram no passado.
O objetivo é estabelecer um “Caminho para a Legitimidade”, que possibilite a emissão, negociação e posse de ativos digitais de forma global, em tempo real e sem interrupções. O documento especifica ainda os direitos e responsabilidades de diferentes participantes:
Com essas propostas, Saylor busca criar uma estrutura que ajude os EUA a consolidarem sua posição como líderes no mercado de ativos digitais e reduzir as incertezas jurídicas que têm dificultado o setor no passado.
