Durante uma entrevista concedida à Bloomberg na última terça-feira (10), Michael Saylor, cofundador da Strategy e conhecido defensor do Bitcoin, minimizou os riscos que os computadores quânticos podem representar para o futuro da criptomoeda. Ele afirmou com firmeza que a real ameaça aos usuários atualmente não vem dessa tecnologia emergente, mas sim de ataques de phishing.
Segundo Saylor, apesar dos avanços recentes na computação quântica — incluindo melhorias na correção de erros e na estabilidade dos qubits —, a preocupação com a possibilidade de quebra da criptografia do Bitcoin é exagerada. Para ele, a ameaça é tecnicamente superestimada e pode ser administrada com relativa facilidade pela comunidade cripto, caso algum risco real venha a se concretizar.
O executivo destacou que os computadores quânticos já são estudados há mais de uma década antes mesmo da criação do Bitcoin, e que, embora tenham evoluído, ainda não oferecem aplicações práticas que justifiquem um alarde imediato. Ele acrescentou que, se essas máquinas realmente se tornarem viáveis nos próximos 10 a 20 anos, as maiores vítimas não estarão no setor cripto. Os alvos mais vulneráveis, segundo ele, seriam os grandes bancos, empresas de tecnologia e até órgãos governamentais.
De forma categórica, Saylor declarou: “Não me preocupo com isso”. Ele argumentou que empresas como Microsoft e Google, que estão na vanguarda do desenvolvimento quântico, jamais comercializariam uma tecnologia capaz de destruir a base da criptografia moderna, pois isso também colocaria em risco seus próprios modelos de negócio.
Mesmo com estudos recentes, como um artigo publicado pelo Google em maio, que sugere que computadores quânticos podem ser até 20 vezes mais eficientes na quebra da criptografia RSA, Saylor segue firme em sua posição de que o Bitcoin continuará seguro. Para ele, a comunidade cripto é capaz de se adaptar rapidamente a eventuais ameaças, ao contrário de outras indústrias que seriam muito mais impactadas por uma possível revolução quântica.