Hackers patrocinados pelo governo da Coreia do Norte roubaram mais de US$ 1 bilhão em ativos digitais desde 2017.
A principal agência de espionagem da Coreia do Sul, o Serviço Nacional de Inteligência, revelou que hackers norte-coreanos roubaram cerca de 1,5 trilhão de won (US$ 1,2 bilhão) em criptoativos nos últimos cinco anos, de acordo com um relatório da AP News.
Mais da metade desse total, ou cerca de 800 bilhões de won (US$ 626 milhões), foram roubados até agora este ano. Além disso, mais de 100 bilhões de won (US$ 78 milhões) do total vieram da Coreia do Sul.
O NIS afirmou que o foco da Coreia do Norte no cibercrime colocou o país entre os melhores do mundo quando se trata de roubar criptomoedas.
O país voltou-se especificamente para os crimes cibernéticos desde 2017, depois que as sanções econômicas da ONU foram endurecidas em resposta aos seus testes nucleares e de mísseis.
O relatório da AP observou que a Coreia do Norte está usando os criptoativos roubados para financiar seu programa nuclear e apoiar sua frágil economia, que encolheu constantemente nos últimos dois anos em meio a duras sanções da ONU e à pandemia de COVID-19.
O NIS espera que os hackers norte-coreanos aumentem ainda mais suas atividades cibernéticas ilícitas em 2023 para roubar tecnologias sul-coreanas avançadas e informações confidenciais sobre política externa e segurança nacional sul-coreana.
No início deste mês, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos anunciaram novas sanções contra autoridades norte-coreanas ligadas ao programa de armas do país. A medida ocorreu quando a Coreia do Norte realizou um número recorde de testes de mísseis este ano, apesar de suas dificuldades econômicas.
Tornado Cash
O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Tesouro dos EUA impôs sanções ao misturador de criptomoedas Tornado Cash por seu suposto papel em operações de lavagem de dinheiro no início de agosto.
Na época, o departamento alegou que o serviço de mixagem foi usado para lavar mais de US$ 7 bilhões em criptomoedas desde 2019, incluindo a lavagem de cerca de US$ 1 bilhão para os criminosos cibernéticos patrocinados pela Coreia do Norte, o Lazarus Group.
Conforme relatado, o grupo norte-coreano de hackers Lazarus está por trás do hack da blockchain Ronin do Axie Infinity, que viu os hackers fugirem com cerca de US$ 625 milhões em Ethereum e USDC em um dos maiores hacks de cripto de todos os tempos.
A Coreia do Norte negou repetidamente que busca hackear criptomoedas e refutou as acusações em torno do grupo Lazarus, que já havia sido acusado de planejar o hack de 2014 da Sony Pictures e os ataques de ransomware Wannacry de 2017.