Em meio ao crescimento de ameaças digitais em escala global, a Coreia do Sul e a União Europeia anunciaram um reforço estratégico em sua cooperação na área de cibersegurança. O compromisso, firmado em uma reunião realizada em Seul, visa enfrentar desafios como o roubo de criptomoedas promovido por grupos ligados ao regime norte-coreano.
A nova etapa de colaboração foi delineada durante um encontro entre autoridades de alto escalão das duas partes, que contou com a presença de representantes do Ministério das Relações Exteriores sul-coreano, do Serviço Nacional de Inteligência, da Procuradoria Suprema e da Agência Nacional de Polícia da Coreia. Do lado europeu, participaram membros da Comissão Europeia e do Serviço Europeu de Ação Externa (EEAS), responsável pela diplomacia do bloco.
Os trabalhos foram liderados por Youn Jong-kwon, diretor-geral de segurança internacional do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul, e por Maciej Stadejek, diretor de política de segurança e defesa do EEAS. Ao longo das discussões, os diplomatas classificaram a Coreia do Norte como uma das principais fontes de risco cibernético e concordaram sobre a importância de estreitar a cooperação diante do cenário atual.
O roubo de ativos digitais, praticado por hackers associados a Pyongyang, foi um dos focos centrais da reunião. Os representantes analisaram as ameaças emergentes no espaço digital e identificaram atores-chave que impulsionam tais riscos. Um dos pontos destacados foi a urgência de compartilhar informações de forma ágil e coordenada, para conter ataques cada vez mais sofisticados impulsionados pelos avanços tecnológicos.
Além do combate direto às ações hostis, os dois parceiros se comprometeram a apoiar outros países no desenvolvimento de suas capacidades cibernéticas. A proposta busca construir uma ordem digital que seja aberta, pacífica e segura, conforme declarado pelo Ministério das Relações Exteriores sul-coreano.
O aprofundamento do diálogo entre Seul e Bruxelas também abrange iniciativas no âmbito multilateral, com atenção especial à atuação conjunta em organismos internacionais como a ONU. A ideia é consolidar um espaço contínuo de troca de informações e formulação de políticas conjuntas para enfrentar os riscos digitais contemporâneos.
O pano de fundo desse avanço na parceria é a intensificação das atividades de grupos hackers norte-coreanos, como o Lazarus Group. Tais organizações vêm sendo responsabilizadas por ataques a plataformas de criptomoedas, com o objetivo de financiar projetos estratégicos de Pyongyang — que incluem desde o programa nuclear até um suposto envolvimento na guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Diante desse cenário, Seul e a UE reafirmaram o compromisso de elevar suas consultas bilaterais sobre cibersegurança a um novo patamar. O objetivo é transformar essa frente em um eixo estruturante de sua cooperação em defesa e segurança, respondendo de forma mais eficaz aos desafios digitais do século XXI.