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Após 10 anos, corretora derrubada devolve Bitcoin a clientes

David Ripley

Na terça-feira (23), a Kraken anunciou a conclusão de um importante passo na longa saga do colapso da Mt. Gox, ao conseguir redistribuir Bitcoin (BTC) e Bitcoin Cash (BCH) para os clientes afetados pelo hack ocorrido há uma década. Dave Ripley, CEO da Kraken, declarou no X que a empresa sentiu-se honrada em desempenhar um papel fundamental na devolução dos fundos, que foi uma responsabilidade confiada à Kraken pelo administrador do caso.

O caso da Mt. Gox, que está se aproximando de sua resolução final, foi um dos maiores desafios enfrentados pelo setor de criptomoedas. Com a escolha da Kraken e outras quatro exchanges para facilitar o processo de devolução, o foco agora se volta para os 127 mil credores que aguardam a restituição dos valores. Inicialmente, a Kraken não revelou a quantidade exata de fundos devolvidos e não respondeu imediatamente a perguntas sobre o tema.

A Arkham Intelligence, especializada em blockchain, revelou que a Mt. Gox começou a mover US$ 2,85 bilhões em Bitcoin para novas carteiras, sendo que US$ 340 milhões foram enviados a endereços pertencentes à Bitstamp. A entidade ainda possui cerca de 85.234 BTC, avaliados em US$ 5,7 bilhões.

O processo de recuperação é complexo. Embora alguns credores já tenham recebido seus fundos, a polícia japonesa conseguiu recuperar apenas uma fração dos ativos roubados – 140 mil dos 850 mil BTC. Uma proposta de reabilitação aprovada em 2021 visa compensar aproximadamente 90% dos valores devidos aos clientes afetados.

Além da Kraken, outras exchanges envolvidas na devolução dos fundos incluem Bitstamp, SBI VC Trade, Bitbank e Coincheck. No entanto, ainda não há informações sobre quando os credores poderão esperar o reembolso dessas entidades.

A Mt. Gox, que foi a maior exchange de criptomoedas do mundo, lidando com mais de 70% das transações de Bitcoin globalmente, entrou com pedido de falência em fevereiro de 2014 após o roubo de 850 mil BTC, o que na época valia US$ 56 bilhões. O caso permanece como um dos maiores incidentes de hack na história das criptomoedas.

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