Na última segunda-feira (9), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras deu aval para o extenso parecer do deputado Ricardo Silva (PSD-SP) que contém mais de 500 páginas. Este documento sugere que 45 indivíduos sejam indiciados, dentre eles, oito associados à empresa 123 Milhas, que em agosto parou de emitir bilhetes de viagem já pagos. Surpreendentemente, o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho também está na lista de indiciamentos.
O processo de votação foi rápido e simbólico, com duração inferior a um minuto. É interessante observar que, diferentemente de outras CPIs da Câmara, este parecer foi aceito e avaliado. Em contraste, outras CPIs, como a do MST e a dos jogos de futebol, nem chegaram a ter seus relatórios analisados.
De acordo com o parecer da CPI, os associados à 123 Milhas poderiam estar cientes dos problemas iminentes e tomado medidas para proteger seus interesses pessoais. Ademais, a empresa alegou que a emissão de passagens tornou-se inviável devido a fatores imprevistos, uma justificativa questionada pelo parecer.
A estratégia de contabilidade da 123 Milhas também foi examinada, em especial a forma como os gastos com marketing foram registrados, uma manobra que possibilitou a apresentação de lucros ao invés de prejuízos.
Além da 123 Milhas, a CPI também sugeriu o indiciamento de Glaidson Acácio dos Santos, apelidado de “Faraó dos Bitcoins”. Ele foi acusado de liderar um esquema financeiro de grande escala relacionado a criptomoedas.
Outras personalidades, incluindo Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto de Assis Moreira, estão sob escrutínio por envolvimento com a empresa 18KRonaldinho, que é suspeita de práticas irregulares relacionadas a investimentos em criptomoedas. Ronaldinho, por sua vez, negou qualquer participação direta na empresa, embora seu nome e imagem tenham sido amplamente utilizados em campanhas publicitárias da mesma.