Depois de anos de hesitação, o cenário regulatório dos criptoativos nos Estados Unidos começa a ganhar contornos mais definidos. O Congresso americano, que durante muito tempo demonstrou lentidão em relação à crescente adoção das criptomoedas, agora dá sinais concretos de avanço. A mudança vem sendo impulsionada por um novo ímpeto bipartidário em torno da necessidade de regras claras para ativos digitais.
A senadora Cynthia Lummis, uma das principais vozes favoráveis ao setor no Legislativo, acredita que o momento atual marca uma virada significativa na trajetória da regulamentação cripto no país. Segundo ela, o progresso recente não é apenas simbólico, mas reflete uma transição real e estruturada.
Dois projetos de lei têm se destacado no processo: um deles trata especificamente dos parâmetros legais para stablecoins de pagamento e já foi sancionado pelo presidente Donald Trump. O outro, ainda em tramitação no Senado, aborda a organização estrutural do mercado de criptoativos. Ambos fazem parte de um esforço coordenado para estabelecer um ambiente legal funcional para o setor.
Uma das discussões mais relevantes no momento gira em torno da classificação dos ativos digitais. Parlamentares buscam definir com precisão quais ativos devem ser tratados como valores mobiliários e quais não se enquadram nessa categoria — uma distinção que tem implicações diretas na aplicação das regras do mercado financeiro tradicional às criptomoedas.
Além do foco nas moedas digitais, a senadora Lummis também está envolvida em propostas legislativas voltadas para a inteligência artificial. Ela apoia uma iniciativa que pretende esclarecer o uso ético de IA por profissionais, de modo a evitar que consumidores e o público em geral sejam enganados ou prejudicados por aplicações mal intencionadas da tecnologia.
A mensagem de Lummis aos desenvolvedores e empreendedores do setor cripto é de incentivo e paciência: ela acredita que vale a pena continuar apostando nos Estados Unidos como um terreno fértil para a inovação. Com o respaldo da Casa Branca e o avanço das propostas no Congresso, o país pode, enfim, se consolidar como o epicentro global da tecnologia blockchain.