Investidores passaram o domingo em estado de choque quando o token ZKJ, emissor nativo da Polyhedra Network voltado à escalabilidade, despencou de forma dramática. A explosão de indignação tomou conta das redes antes mesmo de os gráficos consumarem o estrago: em apenas uma hora, posições compradas no valor de quase US$ 100 milhões foram varridas do mapa, e a expressão “rugged from both sides” ecoou em incontáveis publicações.
Horas antes de a queda ficar visível, algumas movimentações silenciosas começaram a comprometer a liquidez dos pares ZKJ/KOGE. Grandes carteiras — seis, em particular — iniciaram trocas de KOGE por ZKJ e, em seguida, devolveram ao mercado todo o volume recém-adquirido. O golpe de liquidez coincidiu com uma drenagem coordenada nas pools, preparando o terreno para uma cascata de ordens de venda que viria a seguir.
Na abertura do domingo, o token ainda era negociado a US$ 1,90. A sequência de saques agressivos, porém, provocou um mergulho vertiginoso de 83 %, colocando o preço na casa de US$ 0,32 por volta do fechamento desta edição. Em consequência direta, o valor de mercado da Polyhedra foi reduzido para US$ 93,8 milhões — encolhimento proporcional de 83,7 % e uma das piores performances diárias de todo o mercado cripto em 2025.
Os dados on-chain revelam que aqueles mesmos seis endereços de alto poder de fogo despejaram 5,23 milhões de ZKJ, arrecadando aproximadamente US$ 9,66 milhões. O volume combinado criou uma pressão vendedora irresistível, desencadeando liquidações forçadas em várias plataformas. No final da hecatombe, mais de 81 % de todas as liquidações cripto daquele dia pertenciam a posições longas em ZKJ: foram US$ 99 milhões aniquilados, com pelo menos seis traders individuais perdendo mais de US$ 1 milhão cada.
As hipóteses sobre a “tempestade perfeita”
Analistas e participantes de mercado apontam para uma conjunção de fragilidades que teria tornado o colapso inevitável:
- Front-running de investidores cientes dos desbloqueios programados do token.
- Saída em massa de “airdrop farmers” que, após receber recompensas, se apressaram em liquidar participações.
- Pânico coletivo à medida que a estrutura de preços desmoronava, gerando um efeito bola de neve nas ordens de venda.
Dentro da 48 Club DAO — organização responsável pelo token KOGE, utilizado nos swaps iniciais — as reações foram duras. Membros do coletivo culparam a “gestão desastrosa” da Polyhedra Network, alegando que a falta de proteção de liquidez deixou o caminho aberto para o esvaziamento repentino. A revolta tomou corpo com usuários afirmando ter sido “rugged” pelos dois lados da operação.
Com a capitalização de mercado em frangalhos e a confiança minada, resta saber se a Polyhedra conseguirá restabelecer liquidez suficiente para impedir novas ondas de liquidação. Enquanto isso, a comunidade busca respostas sobre como um projeto focado em escalabilidade — e até então considerado tecnicamente sólido — sucumbiu a movimentos coordenados que, em questão de minutos, pulverizaram valor e credibilidade.