A ideia de criar uma reserva nacional de Bitcoin começa a ganhar força no Japão, onde um legislador propôs oficialmente o tema ao parlamento do país, conhecido como Dieta Nacional. A iniciativa foi apresentada em 11 de dezembro por Satoshi Hamada, parlamentar cujo nome coincide com o pseudônimo do criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto.
Hamada submeteu um pedido formal para que o assunto seja debatido na Dieta Nacional. Embora o governo japonês ainda não tenha respondido à proposta até o momento, a discussão surge em um contexto global em que diversos países estão considerando estratégias semelhantes para incluir a criptomoeda em suas reservas nacionais.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o debate sobre uma reserva de Bitcoin está mais avançado. A senadora Cynthia Lummis sugeriu, em julho, um plano estratégico para que o Tesouro adquira 1 milhão de Bitcoins ao longo de cinco anos. Além disso, o presidente eleito Donald Trump se comprometeu a manter integralmente as criptomoedas já detidas pelo governo americano, reforçando o foco na valorização do ativo digital.
O movimento em direção a reservas de Bitcoin também ganhou tração em outras partes do mundo. Em novembro, legisladores brasileiros apresentaram um projeto de lei defendendo o acúmulo da criptomoeda como parte dos ativos do país. Na Europa, parlamentares russos pediram a criação de uma reserva de criptomoedas no Tesouro Nacional, enquanto um candidato presidencial na Polônia argumentou que o Bitcoin deveria ser estocado como medida estratégica.
No Japão, a defesa de Hamada encontra um aliado relevante: Yuichiro Tamaki, líder do Partido Democrático para o Povo, uma sigla com considerável influência na Dieta Nacional. Tamaki já propôs anteriormente reformas fiscais e regulatórias para facilitar o uso de criptomoedas no país, o que pode ajudar a abrir caminho para a discussão sobre a reserva nacional de Bitcoin.
A proposta de Hamada ocorre logo após o Bitcoin atingir um novo recorde de valorização, ultrapassando a marca de US$ 103 mil no início do mês. A alta histórica da criptomoeda impulsionou não apenas o interesse do Japão, mas também reacendeu o debate sobre sua importância como reserva de valor em nível global.
Embora o partido de Hamada detenha apenas duas cadeiras na câmara alta da Dieta Nacional, a sugestão de incluir o Bitcoin nas reservas do Japão pode encontrar eco entre legisladores favoráveis à modernização das políticas econômicas e financeiras do país. Resta saber se a Dieta Nacional dará o próximo passo para considerar oficialmente a ideia e alinhar o Japão a outros países que já discutem o futuro das criptomoedas em suas economias.