De acordo com a presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, um terço da economia mundial entrará em recessão em 2023. Segundo ela, este ano será “mais difícil” que 2022.
A afirmação foi feita no último domingo (1) em uma entrevista ao programa “Face the Nation with Margaret Brennan”, da rede de televisão norte-americana CBS.
“Um terço da economia mundial estará em recessão em 2023”, disse ela.
“Mesmo países que não estão em recessão, haverá desaceleração para centenas de milhões de pessoas neste ano”, previu a presidente.
O principal motivo apresentado por Georgieva para um novo ano problemático seria a desaceleração da economias da China.
Para Georgieva, a desaceleração da China em 2022, que ficou acima da média de outros países, é um sinal preocupante para a economia global já que isso deve impactar toda a Ásia e, consequentemente, o mundo.
Outros motivos que, segundo ela, também devem impactar as economias neste ano são a continuação da guerra na Ucrânia, a volta da pandemia e os aumentos da inflação e das taxas de juros em boa parte do mundo.
FMI já havia previsto essa recessão
No início de outubro de 2022, a chefe do Fundo Monetário Internacional já havia feito previsão semelhante, baseada nos dados do Relatório de Projeções Econômicas da instituição para 2023.
Na época, a presidente do FMI afirmou que cerca de um terço dos países teriam pelo menos dois trimestres consecutivos de contração econômica neste ou no próximo ano.
Georgieva havia dito que os múltiplos choques na estabilidade da economia global, como a invasão da Ucrânia pela Rússia, os altos preços de energia e alimentos na Europa, estavam entre as principais razões para a visão negativa nas projeções de crescimento da economia mundial para 2023.
Como tentativa de controlar a situação, o FMI vem recomendando aos bancos centrais o controle da inflação através do aumento da taxa de juros.
“Não aumentar o suficiente [as taxas de juros] faria com que a inflação se tornasse desancorada e entrincheirada, o que exigiria que os juros futuros fossem muito mais altos, causando grandes danos ao crescimento e às pessoas”, afirma o órgão internacional.
