O debate em torno do papel do Bitcoin na economia global tem se intensificado, colocando dois economistas em lados opostos dessa discussão. De um lado, Peter Schiff, conhecido crítico das criptomoedas, classifica o ativo digital como uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. Do outro, Alex Krüger, macroeconomista, projeta um futuro otimista, chamando o momento atual de um “superciclo transformador” para o Bitcoin.
Peter Schiff, economista que frequentemente ataca o Bitcoin, não economizou críticas ao ativo. Em publicações recentes na rede social X, ele descreveu o Bitcoin como “inimigo público número um”. Schiff argumenta que o uso de recursos públicos para adquirir Bitcoin é uma atitude irresponsável e prejudicial, afirmando que isso desvia investimentos de setores produtivos e ameaça a eficiência econômica.
Para Schiff, a proposta de criação de uma Reserva Estratégica de Bitcoin nos Estados Unidos é um equívoco estratégico. Ele sugeriu que o presidente Joe Biden deveria liquidar os Bitcoins confiscados pelo governo federal, utilizando os recursos para reduzir o déficit orçamentário de 2024. Schiff acredita que tal medida evitaria que governos futuros usassem o Bitcoin como ferramenta contra o dólar americano.
“Antes de deixar o cargo, Biden poderia tomar a decisão sensata de vender todos os Bitcoins atualmente em posse do governo dos EUA. Isso não apenas ajudaria a reduzir o déficit, mas também encerraria os debates prejudiciais sobre a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin”, declarou Schiff.
Enquanto Schiff adota uma postura alarmista, Alex Krüger oferece uma perspectiva positiva, comparando a ascensão do Bitcoin ao crescimento explosivo do ouro na década de 1970. Segundo Krüger, o Bitcoin está seguindo um padrão semelhante ao ouro após a abolição do padrão-ouro pelo presidente Richard Nixon em 1971. Durante essa década, o preço do ouro subiu de US$ 35 por onça para US$ 850 em 1981, e Krüger vê paralelos claros com a trajetória do Bitcoin.
Krüger destaca que o Bitcoin passou de uma tecnologia marginalizada para um ativo amplamente apoiado por instituições financeiras e governos em questão de semanas. Ele acredita que essa transição reflete o amadurecimento do Bitcoin como um elemento-chave nos mercados globais.
O economista também prevê um pico local nos preços do Bitcoin por volta de março de 2025, mas descarta a possibilidade de um mercado em baixa no futuro próximo. Segundo ele, fatores como taxas de financiamento e momentum de preço desempenharão papéis fundamentais na próxima fase do Bitcoin.